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UM POR TODOS! TODOS POR UM!

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Dia desses, assisti a uma palestra do Dr. João Cavalcanti, diretor da OXE Energia, empresa que está implantando quatro termelétricas em Roraima, para geração de 40 megawatts de energia, a partir de biomassa.

            Roraima padece carência de energia, inclusive porque não está conectada ao Sistema Interligado Nacional – SIN, isto é, a energia gerada lá é consumida lá mesmo e não recebe energia de outros pontos do País. A geração atual naquele Estado é através de usinas termelétricas a diesel – cara e danosa ao meio ambiente.

            Entretanto o que me traz aqui não é o portentoso projeto daquele grupo empreendedor que vem investindo muito na geração de energia a partir de fontes renováveis, a chamada energia limpa, e que é de fundamental importância para Roraima.

            Durante a palestra fui remetido ao lema dos Três Mosqueteiros, famoso romance histórico baseado em fatos ocorridos na França, durante o século XVII, escrito por Alexandre Dumas, publicado em 1844, primeiro volume do que se tornou depois em trilogia.

O lema dos Três Mosqueteiros, que na verdade eram quatro: D’Artagnan, Athos, Porthos e Aramis: um por todos! Todos por um! Este lema nos remete a ideais de fraternidade, lealdade, solidariedade, unidade.

Adaptado para o teatro pelo próprio autor, este romance alcançou grande popularidade no mundo, após sua adaptação para o cinema.

Mas também não é sobre literatura ou cinema que pretendo falar. O que muito me chamou a atenção naquela palestra, e que me fez lembrar lema dos Três Mosqueteiros foi o modo como aquele executivo se refere aos colaboradores da empresa: time! “Time técnico, time de operação e manutenção, time da administração…”

Houve participação de outros profissionais da empresa na palestra, e pude observar que eles têm acrisolado o termo “time”.

Coincidentemente, há poucos dias eu assistira a um vídeo do Paulo Vieira, o papa dos coachs brasileiros, tratando da diferença entre bando, grupo, equipe e time.

Deveras, embora os quatro tipos retratem ajuntamento de pessoas, de todos o time expressa melhor o sentido de unidade, colaboração, contribuição entre os seus membros, focando o objetivo comum: sucesso. Esta convicção põe em menor escala individualismo, egocentrismo, em prol do todo, do ‘nós’.

Tomando-se um exemplo do futebol, há aquele jogador do meio-campo, às vezes chamado ‘carregador de piano’, que não se importa em aparecer, atrair atenção para si, o que objetiva é o resultado para o time, a vitória. Também no futebol vemos jogador que em vez de tentar chutar a gol, passa a bola a companheiro mais bem colocado para fazer o gol, que é o objetivo comum. Nestes casos temos pessoas conscientes de que sua ação é eficaz se contribui efetivamente para o sucesso do time.

Diferentemente dos outros tipos, no time não há lugar para “puxada de tapete”, para esconder de colegas o conhecimento, para fazer o seu trabalho ignorando sua influência no dos outros, nem ignorar a importância da contribuição de todos para o conjunto.

Gosto de exemplo para clarear o que quero dizer, e tornar mais fácil vislumbrar-se a situação. Certa vez, quando ainda gerente no Banco da Amazônia, percebi um colega que normalmente ficava até mais tarde, não terminava seus afazeres a tempo de sair no final do expediente, como os demais. Passei a observá-lo e fui conversar com ele, buscando ajudá-lo a superar a dificuldade que estivesse enfrentando. Fiquei estarrecido com o que vi: ele dependia de outros colegas lhe passarem as “partidas contábeis” para lançar, e um colega, em vez de ir passando-lhe à proporção que produzia, como os demais, quase no fim do expediente entregava-lhe tudo o que produzira. Moral da história: aquele saía sempre na hora, com ele estava tudo bem, mas o outro, que dependia dele, estava sacrificado e a empresa prejudicada.

Promovi reunião com todos, por setor, para cada um dizer aos demais o que fazia e do que dependia para realizar sua tarefa. Como aquele continuou entregando o trabalho quase na hora da saída, eu o troquei de função e ele passou a depender de outros, a fim de que entendesse a necessidade de todos focarem o objetivo global e não apenas a tarefa individual.

Outro caso, também no BASA. Em uma reunião, um colega, chefe de uma carteira, gabava-se de ser o único a conhecer todo o trabalho, pensando estar engrandecendo-se. E ainda falava que “é mais fácil fazer doque ensinar”. Isto provocou questionamento de outro colega: “como você espera encontrar sua carteira ao retornar de férias”?

No vídeo de que falei, Paulo Vieira, distingue claramente os tipos de grupo que podemos encontrar nas empresas, dependendo da clareza que os seus integrantes – sócios, diretores, colaboradores – têm do seu propósito, do seu objetivo, assim:

– bando é composto por pessoas “espertas”, egoístas, que se aproveitam da empresa: “roubam” tempo e atenção com atividades não ligadas aos seus afazeres – whatsapp, “papo furado” atrapalhando os outros;

– no grupo encontram-se pessoas que estão juntas, mas não tem compromisso nem conhecem a empresa e, às vezes, nem a importância do seu trabalho para o conjunto;

– na equipe as pessoas tem compromisso com seus afazeres, mas cada um olha apenas o próprio umbigo, o micro, o ‘seu trabalho’, sem visualizar o todo;

– No time os integrantes conhecem objetivos da empresa, sabe o que é esperado de cada um, é focado no todo, no macro, sabe que sem cliente não haverá empresa nem trabalho, daí a colaboração mútua, a fraternidade, a lealdade, o sentimento de unidade.

            Para finalizar, imagine-se indo ao cinema com outra pessoa. Está quase na hora de começar e a pessoa não consegue andar rapidamente como você. Adianta correr para chegar logo? Você vai entrar sozinho? Time é assim: Um por todos! Todos por um!

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