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Protocolo adotado contra covid-19 em Araguaína contribui para queda de internações e mortes em Madri

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A Secretaria Municipal da Saúde de Araguaína e o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC) promoveram uma reunião de trabalho on-line nesta terça-feira, 12, para discutir sobre o novo protocolo adotado para a covid-19. O modelo tem entre as medidas a medicação em pacientes leves e moderados para evitar o agravamento. Aberta ao público por meio da transmissão pelas redes sociais da Prefeitura, o encontro digital contou com a médica Marina Bucar, o prefeito Ronaldo Dimas, técnicos do Município e do instituto e do Ministério Público Estadual.

“Essa fase inicial é que a gente está mais preocupado, precisamos evitar a ocupação dos leitos”, alertou Dimas. De acordo com o superintendente de projetos do ISAC, Alberto Aguiar, protocolo já é aplicado também em outros hospitais do Brasil. “Visitamos vários hospitais de campanha, de Manaus a Porto Alegre, e a menor taxa de ocupação foi em hospitais onde foi aplicado esse protocolo”, afirmou.

Estudo e resultado
Marina mora em Madri, onde é coordenadora científica da Universidade de Zaragoza e médica intensivista no Hospital HM Puerta del Sur. Seus protocolos científicos trataram mais de 600 pacientes com o coronavírus, reduzindo a taxa de mortalidade de 20% para 1,8%. “Não existe um protocolo único na Espanha, cada hospital tem o seu. Esse que passei é um resumo derivado de 100 médicos de Madri e depois de ver 46 mil pacientes”, explicou.

Ela ainda explica que em momentos de epidemia não é possível fazer o acompanhamento individualizado de cada paciente e por isso o protocolo é importante. “Nossa mortalidade era de 50% porque muita gente aguardava vaga na unidade de tratamento intensivo (UTI). Era algo muito novo e não dava para comparar como a China, os chineses não tem as mesmas fases, não tem grande quantidade de trombose”, explicou.

Conjunto de medicamentos
A famosa hidroxicloroquica não é único fármaco do tratamento e só junto aos outros apresenta controle da doença. “Com a introdução do corticoide por pouco tempo, de 3 a 5 dias e com altas doses, baixamos a mortalidade, na época de 18%, para 3,5%”, detalhou. O corticoide foi responsável também por esvaziar a UTI Covid do hospital em que Marina trabalha, ficando até 15 dias sem uma internação.

De acordo com a especialista são muitas práticas diferentes, mas uma é a mesma em todos os hospitais: a aplicação de corticoide e cloroquina.  “Se não existe uma contraindicação é a hidroxicloroquina ou a cloroquina, sendo que a hidroxi tem menos efeitos secundários, mais azitromicina, anticoagulante e zinco. Essa seria a receita ideal”, contou sobre a prescrição médica. “Os efeitos colaterais da hidroxicloroquina existem para grande período, mas não para poucos dias”, concluiu.

Na medida certa
Marina ainda ressalta que os positivos para covid-19 que estão assintomáticos não precisam de tratamento e mesmo os que tiverem coinfectados por outras doenças, como a dengue, não terão problema com a medicação. “A gente tem que presta atenção em pessoas têm problemas agravantes e não podemos colocar no mesmo saco que pessoas sem comorbidade”.

Em Araguaína, os pacientes em isolamento domiciliar são acompanhados diariamente para saber sobre evolução dos sintomas, o que definirá quais medidas serão tomadas. “A Marina Bucar continuará como consultora para participar na adaptação local”, explicou o superintendente de projetos do ISAC.

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