Publicações técnicas aos montes. Discussão constantes.
No momento temos muitos artigos a respeito de Pecuária Sustentada, em especial ILPF.
Não resta dúvida que é uma ferramenta, que vem de encontro ao momento atual, onde vastas manifestações se fazem presentes, na produção de gás metano e contribuinte para o aquecimento global. Afora todos os benefícios embutidos.
Mas tem algo diferente.
Há algo no ar, além de aviões de carreira.
Vamos tentar abordar o que entendemos por Pecuária Sustentada, fugindo do que usualmente se entende.
Mas…antes a etimologia do vocábulo:
“A palavra “sustentável” provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). Sustentabilidade nos dicionários está definida como a habilidade, no sentido de capacidade, de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém.
É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo”
Esse termo foi cunhado pela norueguesa GRO BRUNDTLAND em 1.987, ou 35 anos passados e por incrível que pareça permanece atual.
Aos que entendem ser uma forma de diferente, como: “Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos processos econômicos, sociais, culturais e ambientais globais”.(*)
(*) Fonte: http://www.lassu.usp.br/sustentabilidade/conceituacao/
De outro lado conceitual, pode-se entender como sendo uma forma de produzir em uma determinada área, um determinado produto (pecuária de corte ou leite), fazendo uso de todos os meios, no qual a teoria de Antoine Lavoisier (1743/1794), se encaixa perfeitamente na Pecuária em geral: NA NATUREZA NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA.
A preocupação maior em se tratando de Pecuária em geral, se direciona na sua Sustentação, atuando em perfeita harmonia com o que a Natureza está a lhe oferecer, ou seja se CRIA uma forma de convivência sem a necessidade de se destruir, exterminar ou comprometer o MEIO. Agindo dessa forma NADA SE PERDE, pois existe intrinsicamente uma visão de vanguarda, em relação as gerações futuras, tendo por escopo principal que TUDO SE TRANFORMA.
Mas estamos diante de uma situação, digamos tupiniquim onde existem controvérsias como: Na Teoria. A prática é outra. Ou. Na Prática. A teoria é outra”
A Pecuária sempre foi classificada como sendo uma atividade de “entrada”, desbravadora, iniciante, destruidora do Meio”. Pode-se. Repito Pode-se até admitir tal conceito há dezenas de anos passados. No momento, nos dia atuais, tal termo não se consegue consolidar.
Deixando de lado as práticas de produção de ABC / ILPF. O direcionamento que se faz necessário, é o de realizar uma análise não só conceitual, mas material do que a fazenda de pecuária de corte ou de leite apresenta no momento e o que se pretende que ela apresente no futuro. O passado já não se leva em consideração. Não adianta chorar pelo leite derramado e nem pela morte da bezerra. Temos que ser realistas.
- Mapa cartográfico da fazenda, com Altimetria e Planimetria, com indicativos de sistemas e acidentes naturais existentes – fontes, lagos, rios, estradas, construções, reserva legal, área de pastagem e suas divisões, áreas agricultadas, estradas, caminhos, corredores, divisas e outras informações que se fizerem necessárias;
- Estudo real e futurista do que se tem no momento e o que se pretende atingir em número de bovinos. Já definindo que tipo atividade exploratória se pretende atuar, ou seja, ciclo completo; desmama; cria e recria; engorda à pasto; confinamento;
- Com esses levantamentos (1 e 2) pode-se dar início à estudos de uma Pecuária Sustentada. Não estamos falando em Meio Ambiente. Não que não se torne essencial na Pecuária. Ele o é. Estamos falando no que antes citamos: NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA.
- Implementando a racionalidade de exploração das pastagens, com técnicas rotacionais. Adotando práticas como: Manejo das pastagens em relação a plantas invasoras, cupinzeiros, erosão, distribuição de saleiros cobertos. Bebedouros suficientes e limpos constantemente.
- Implantação de piquetes Pré-Parto, Parto e Pós-Parto;
- Distância a ser percorrida pelo rebanho entre os piquetes e a Central de Manejo;
- Central de Manejo preferencialmente dentro das Normas de Bem Estar Animal.
- Uma vez definida qual o tipo de exploração, proceder estudos de como suplementar alimentos volumosos, capineiras perenes ou estacionais. Definição de área para plantio de milho para ensilagem;
- Definição qual será a metodologia a ser emprega em termo de Reprodução Animal: Monta Natural; Inseminação Artificial Normal. Inseminação Artificial em Tempo Fixo.
- Definição da escolha ou das escolhas de material genético reprodutivo, em termos de melhoramento genético. Herdabilidade Genética como implementar nas futuras crias a Precocidade, Altura, Área de Lombo, Garupa, Instinto Materno, Diferença Esperada de Progênie, Peso na desmama.
- Manejo das águas das chuvas. Construções de pequenas barragens de acumulação das águas das chuvas;.
- Número de equinos ou muares a serem utilizados nas lides diárias do rebanho;
- No caso da Pecuária de Leite, o uso racional dos dejetos sólidos e líquidos, para serem utilizados como meio e fim da adubação de pastagens, capineiras, lavouras estacionais para produção de milho;
- Os mesmos procedimentos se aplicam no Confinamento, Com um detalhe importante. NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA, é o caso do manejo dos resíduos sólidos, que deverão servir de matéria prima, para a produção de adubo organo-mineral.
- Mão de obra. A cada dia a Pecuária passa a exigir Mão de Obra, mais eficaz. Se consegue com a oportunização da participação não só dos funcionários, mas também dos proprietários em cursos, seminários, palestras, dias de campo para se atualizarem e tomarem conhecimento das novidades tecnológicas de momento e futuras.
- Aumentar a Taxa de Desfrute.
- E por fim a Gestão da Propriedade, buscando implementar a Pecuária de Precisão (Produtividade e Qualidade) e Pecuária 4,0 (excelente ferramental para a Pecuária).
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal