PECUÁRIA DEVERÁ REDUZIR SEUS ESPAÇOS OCUPADOS POR PASTAGENS

Herege. Pessimista. Derrotista. Sabotador. Falso profeta.

Por certo seriam um dos vários impropérios que seriam despachados, de forma virulenta.

Mas convenhamos.

Estamos diante de duas situações onde o presente pressiona o futuro.  E o futura pressiona o passado.

Vamos tentar esclarecer. Informações nos dizem que no momento temos 200 milhões de pastagens nativas, cultivadas e desse total 130 milhões degradadas.

Em um cenário imaginário. Suponhamos algo como 200 milhões de hectares, com uma lotação de 1,6 Unidade Animal. Teríamos 320 milhões de bovinos. E nos adiantando um pouco no exercício futurista. Qual seria a Taxa de Desfrute Ideal? Respostas: Uma taxa de desfrute considerada boa para uma fazenda de cria está acima de 35%, enquanto a de recria/engorda acima de 55%, e ciclo completo acima de 45%.

A realidade nos conduz para um carreador um pouco diferente daquele que estamos acostumados, nas lides diárias.

O que temos, em termos de 2 anos passados?

A pecuária de corte bovina, operou em um patamar US$ 143.968.009.250,00.

Tal resultado dessa movimentação pode-se entender, que parte desse montante acima foi direcionado  com a  compra de insumos :sal mineral, sal proteinado, farelos de algodão, soja, vacinas, vermífugos, Assistência Técnica, adoção de IATF, compra de sêmem,  melhoramento genético, maquinários, investimentos em equipamentos para confinamento, recuperação e manutenção de pastagens, afora as exportações e vendas para o mercado interno e por ai vamos, que resultou em uma movimentação interna de US$ 34.349.585.661,00

E ai temos uma das razões pela qual a pecuária de corte bovina, foi a que menos desempregou na economia nacional, algo como 11.000 novos empregos.

A situação agora doméstica, nos direciona para ações mais pontuais.

Dados estatísticos informam que o rebanho bovino no Tocantins, ultrapassa a casa dos 9 milhões de animais.

A outra realidade nos leva a uma conclusão da diminuição das áreas de pastagens, sendo que no momento estamos com algo aproximado de 8,2 milhões de hectares.

A tendência futura, caso não ocorra nenhum fato de maior importância será de diminuição desse montante 8,2 milhões de hectares para algo como 6,0 milhões de hectares.

Quais as razões?

Analisando o sucesso do Plano ABC/ILPF e as suas variantes IPF. ILP. Pode-se aventar que algumas propriedades migrem para um desses sistemas. Por exemplo. I.P.F. Um sistema sinérgico, no qual o Bem Estar Animal estará totalmente contemplado, afora outros benefícios, reduzir as ações erosivas, à medida que as árvores crescem haverá uma ação de enraizamento permitindo uma melhor penetração das águas das chuvas, o fato dos animais pastejarem em uma ou mais áreas circunscritas, o acúmulo de matéria orgânica aumenta, a biologia do solo aumenta e se diversifica.

Outro raciocínio nos leva no manejo das árvores plantadas. Afora o sistema de plantio, a orientação técnica de um Engenheiro Florestal é de suma importância. Explico.

“Uma propriedade que esteja inserida em uma região com forte mercado de madeiras para fins nobres (construção, movelaria, etc.), tem grandes chances de aumentar consideravelmente os lucros ao final do ciclo de corte das árvores.

 Fonte (*)https://blog.aegro.com.br/ilpf/

Em tal situação haverá uma diminuição da área de pastagem. Mas uma coisa compensa a outra, o aumento da produtividade, da taxa de concepção, de nascimentos, melhor peso na desmama e no acabamento.  Sem contar com a renda da vendas árvores devidamente manejadas.

No Tocantins, temos ainda uma certa carência no que se refere aos tipos e espécies de árvores nativas, que poderiam fazer parte desses sistemas.  Na realidade o que se propõem seria a permanência da vegetação arbórea nativa – Pequi, Sega Machado, Mirindiba, Cagaita, Magaba, Caju. Mas como citamos uma orientação técnica de um Engenheiro Florestal, poderá indicar o orientar para o plantio digamos de Ipê. Sugestões apenas.

O plantio em renques é indicado. Um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) se baseia em renques.

“Renques são faixas arborizadas plantadas com grande distância entre elas e podem ser formados por linhas únicas, duplas ou triplas de árvores”

 Fonte (*)https://blog.aegro.com.br/ilpf/

Outro fator que tende a propiciar a diminuição das áreas de pastagens é a adoção do Sistema Integração Lavoura Pecuária.

A medida que se implanta esse Sistema ILP, haverá a necessidade de se planejar com um ou uma profissional da Engenharia Agronômica, quantos hectares serão contemplados por esse Sistema e por quanto tempo e qual a periodicidade.

De fato haverá sim uma redução dos espaços ocupados por pastagens.

Poderá ocorrer que em uma ou mais propriedades se dediquem ao plantio de lavouras estacionais- soja, milho, algodão, girassol, arroz irrigado, sorgo, milheto – como fonte de diversificação de renda.

Mas as resultantes dessas ações sempre estarão na vanguarda da pecuária de corte bovina do Tocantins. Diminuir a área de pastagens? Sim. Aumentar a produtividade de @ por hectare. O almejado.

Tecnologias disponíveis nos dias de hoje existem.

Mercado para Carne Certificada, existe,

Necessidade de produzirmos mais, com menos impostos, taxas e tributos é uma realidade concreta e palpável,

Tenhamos Fé, Persistência e Coragem, que no final, tudo irá dar certo.

Médico Veterinário Romão Miranda Vidal

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