VOU INICIAR UM NEGÓCIO. E AGORA?
Segundo estudo do Sebrae Nacional, em 2008 apenas 54,2% das empresas abertas há 2 anos estavam ativas; em 2012 este indicador alcançava 76,6%. Dentre os fatores que o estudo aponta com ocasionadores de tão acentuada melhoria destacam-se a instituição do Simples Nacional, concedendo tratamento fiscal mais favorável a micro e pequenas empresas, e a criação do MEI, que tirou da informalidade inúmeros pequenos empreendedores, abrindo muitos CNPJs, como também melhor preparação dos empreendedores.
Isto significa que boa parte das empresas abertas encerra suas atividades antes de dois anos, e pelo menos três pontos podem determinar fracasso ou sucesso.
É muito importante para quem pretende iniciar um empreendimento, ou expandir sua situação atual, elaborar um plano de negócio, fazer planejamento, ainda que simplificado, o que não é bicho de sete cabeças, entretanto, o ideal é contar com suporte de quem conhece as técnicas necessárias. Não sendo possível, recorre-se ao “faça você mesmo”, anotando pontos cruciais e refletindo sobre eles. De qualquer modo um planejamento, a fim de aumentar a probabilidade de sucesso.
A pessoa necessita, basicamente, de analisar o mercado, ver sua competência técnica e capacidade financeira.
Em geral, pequenos negócios são iniciados por quem trabalha no setor, acumulou conhecimento (competência técnica) e decide “andar com as próprias pernas”, realizar o sonho do negócio próprio. Há também pessoas que decidem iniciar um empreendimento a partir da obtenção de dinheiro considerado suficiente (capacidade financeira).
Nem sempre estas iniciativas estão respaldadas no conhecimento do mercado, e a competência técnica às vezes é parcial, apenas o “saber fazer”.
Analisar o mercado implica em definir sua clientela potencial, ou seja, aquela que será focado pelo seu negócio, conhecer fornecedores, concorrentes e normas legais que regem o segmento de atividade.
A partir da definição do seu público alvo virão questões a serem apreciadas, como: quais são os pontos fortes, que facilitarão a convergência entre o seu empreendimento e prováveis clientes, e os pontos fracos, que serão obstáculos ao sucesso. Isto envolve desde a capacidade técnica (conhecimento da atividade e gestão), até fatores de atratividade do negócio. O que vai oferecer diferente ou melhor? Que oportunidades e ameaças seu empreendimento encontrará no ambiente externo?
Estes pontos levarão à análise de fatores preponderantes, tais como: a) localização: conforme o tipo de negócio a localização é vital. Há negócios que dependem de ser muito vistos, portanto devem estar onde passa muita gente com potencial de consumir sua oferta, e que seja de fácil acesso, tanto para se chegar lá, quanto para ensinar a alguém; b) concorrentes: como está concebido, seu negócio indica capacidade para conquista de uma fatia do mercado? Lembre-se de que o mercado é um só, e quando alguém conquista um pedaço outro está perdendo; c) preço: o seu negócio terá preço competitivo? Na maioria das vezes, as opções disponíveis ao público são limitadores do preço, e consequentemente da lucratividade do negócio, portanto, preço competitivo e lucratividade não se separam; d) lucratividade: o ganho da operação, descontados os impostos, trarão lucro suficiente para cobrir todos os custos e ainda remunerar o seu esforço e o capital investido?
Olhando a questão da capacidade técnica, pergunte-se: você conhece realmente o negócio, ou só parte dele? Se se trata de comércio, você é vendedor, e sabe também comprar? Conhece fornecedores? E a gestão? Competência técnica não é somente saber fazer. Gestão! Eis uma razão de muitos negócios não irem pra frente, não darem certo. Quando se é pequeno empresário ou empreendedor iniciante, cuida-se desde o planejamento até à limpeza. Há necessidade de se ver tudo, acompanhar, daí a importância de o empreendedor estar preparado para gerir o seu negócio. Gestão é bem mais do que comprar e vender.
Capacidade financeira: Você pode saber que a empresa onde trabalha compra para pagar com prazo que dá até para girar parte do estoque. Você pensa que vai iniciar também com crédito semelhante? Normalmente as primeiras compras são à vista, até o negócio consolidar-se e ganhar confiança de fornecedores e de bancos. Então, é fundamental a disponibilidade financeira para “tocar o negócio” até sua consolidação.
Para ilustrar a importância de analisar o mercado, vamos à história de uma empreendedora, amiga minha, que vende confecções femininas de grifes famosas, e sua loja era o próprio carro. Quando viajava para comprar, já pensava a quem ia oferecer aquele modelito. Já eram roupas com a cara de suas freguesas.
Seu nicho estava em grandes empresas e bancos, no centro da cidade, e o seu trabalho era no intervalo do almoço ou no fim do expediente. Bem cômodo para a clientela.
Como o negócio estava indo bem, resolveu abrir uma loja. Alugou sala no bairro onde morava, configurou a loja, e na inauguração teve seu primeiro choque: poucas de suas clientes compareceram. E elas não apareceram depois também, pois sua loja era distante do centro, e o seu ponto forte, a comodidade das clientes fora desprezado. Ela não viu que suas clientes são fidelizadas pelo que lhes agrada, inclusive o tratamento personalizado.
Logo ela entendeu o recado, e reformatou sua operação. Manteve a loja com roupas e acessórios adequados à localização, com um diferencial: tinha opção de grifes famosas para quem quisesse. Quanto à clientela antiga, retomou o seu modo de levar a loja até elas, como antes.
Sua capacidade de adaptação levou-a a aproveitar da oportunidade e expandir seu negócio, sem perder o foco inicial: atendimento personalizado às suas tradicionais clientes.
Nosso propósito é apenas ‘dar um toque’, despertar a atenção de pessoas para pontos importantes no empreendedorismo, por isso informações superficiais, sumárias.