Trump diz que nunca reconhecerá derrota em eleição presidencial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a apoiadores nesta quarta-feira que jamais reconhecerá a derrota na eleição presidencial de 2020 para o presidente eleito Joe Biden, voltando a afirmar — sem evidências — que a disputa envolveu fraudes eleitorais generalizadas.
“Nós nunca iremos desistir, nós nunca iremos conceder”, disse Trump durante um comício financiado por sua campanha na área do Parque Ellipse, perto da Casa Branca, alegando sem evidências que “centenas de milhares” de pessoas estariam participando do evento.
“Nós vamos parar com o roubo”, afirmou o presidente.
Milhares de trumpistas foram à capital do país para protestar. Com as tensões políticas em alta, o centro de Washington mostrou uma forte presença policial e muitos empresários, temendo o confronto, fecharam portas e janelas com tijolos.
“Eles roubaram a eleição, tenho certeza absoluta”, disse Katherine Caldwell, de 61 anos, procedente de Oregon, enquanto agitava uma bandeira vermelha com a inscrição “Trump é meu presidente”.
O Congresso se reúne nesta quarta-feira para registrar formalmente os votos do Colégio Eleitoral. O resultado dessa obrigação constitucional é inquestionável: Biden se tornará presidente.
A empreitada de Trump dá a este dia, porém, um tom especial.
Enquanto alguns pesos-pesados republicanos acabaram admitindo a vitória do democrata, dezenas de outros legisladores prometeram expressar suas objeções na quarta-feira e ecoar as alegações de fraude até mesmo dentro do próprio Capitólio.
Trump já havia pressionado seu vice-presidente, Mike Pence, que terá a função formal de declarar Biden o vencedor.
“O vice-presidente tem o poder de rejeitar os eleitores escolhidos fraudulentamente”, tuitou Trump, de maneira equivocada.
Pence se limitará a presidir a sessão conjunta da Câmara dos Representantes e do Senado que formalizará os 306 votos eleitorais a favor de Biden contra os 232 de Trump.
De acordo com a Constituição, sua função é apenas “abrir” as certidões enviadas por cada um dos 50 estados. Apenas os legisladores podem contestar os resultados.
Ainda assim, a ordem presidencial coloca Pence numa posição delicada, após três anos e 11 meses de serviço leal.
Biden se absteve amplamente de comentar essa pressão sem precedentes sobre o que costuma ser uma formalidade.