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Taxa Selic e a Inflação

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Após chegar ao patamar mais baixo da série histórica, durante o período de Agosto de 2020 a Março de 2021, quando estava a 2,00% a.a., a taxa Selic – taxa básica de juros da economia – vem aumentando gradativamente, encontrando-se atualmente em 5,25% a.a. e com expectativa, da maior parte dos economistas e casas de análise, de chegar perto dos dois dígitos este ano. Nas últimas quatro reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil os aumentos foram expressivos, sendo três de 0,75% a.a. e na última reunião elevação mais incisiva, de 1% a.a..


Este aperto na política monetária do Brasil comandado pelo Banco Central, que vale ressaltar, conseguiu sua independência com intuito de assegurar a estabilidade dos preços, vem em um momento onde há grande estabilidade no lado político brasileiro, com grandes incertezas do compromisso do Governo Federal com a manutenção da responsabilidade fiscal das contas públicas, o que acarreta a pressão da inflação, que hoje, segundo o boletim Focus divulgado semanalmente, está na expectativa de fechar o ano em 8,20% a.a.. O que não podemos deixar de mencionar, muito menos analisar, é que a tendência de alta da inflação não é um fator sentido somente no Brasil. Este é um fenômeno que atinge todos os países economicamente relevantes, tais como Estados Unidos, Alemanha, México, China, Canada, Índia.


A inflação com tendência de alta em grande parte das maiores economias mundiais pode ser justificada pela alta dos preços das commodities no mercado internacional, pela falta de insumos ocasionada pela interrupção de produção de várias cadeias produtivas e pela demanda concentrada em alguns setores específicos da economia. Mediante estes sinais emitidos a nível internacional e com os problemas locais que temos presenciados aliado a ineficiência do Congresso Nacional em analisar e votar temas caros a economia brasileira, o Banco Central do Brasil se vê na obrigação de dosar de maneira forte o remédio amargo que possui para controlar a escalada da inflação, que é através da Taxa Básica de juros.

Com a aproximação das eleições presidenciais de 2022, o forte ímpeto de quem está no poder em tentar a reeleição, os fortes ruídos provocados pelo tensionamento da politica brasileira evidenciada no “Nós x Eles”, o cenário mundial com forte influência na América Latina e em especial no Brasil, podemos começar a vislumbrar um ano de 2022 com a Selic em dois dígitos na maior parte do ano.


De tudo exposto acima podemos colocar a inflação como um fenômeno que vem atacando as economias em geral e no Brasil, não seria diferente. Desta maneira ficamos com o lado positivo de tudo aqui mencionado, que foi a sanção por parte deste Governo da independência do Banco Central do Brasil, proporcionando estabilidade para atual diretoria utilizar os mecanismos para combater os riscos que podem deteriorar ainda mais a economia brasileira. Ainda que este ano tenhamos obtidos bons resultados, ainda temos muito a percorrer para que tenhamos um Brasil de mais oportunidades.

Leandro Mourthe

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