O setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB nacional, encerrou o ano de 2021 com crescimento de 10,9%, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE.
O resultado indica uma recuperação do setor, que chegou a registrar a maior queda da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, ao despencar 7,8% em 2020.
Na passagem de novembro para dezembro, o setor cresceu 1,4%. Foi o segundo mês seguido de alta, acumulando expansão de 4,1%.
O resultado veio acima do esperado. Segundo mediana dos analistas ouvidos pela Reuters, era esperado uma alta de 0,9% para dezembro e um crescimento de 9,1% na comparação anual.
Perspectivas
Apesar da recuperação registrada em 2021, economistas avaliam que o setor tende a perder dinamismo em razão da queda na renda, avanço da inflação e do desemprego ainda elevado.
O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do FGV IBRE, caiu 4,3 pontos em janeiro, para 91,2 pontos. É o menor nível deste maio de 2021, quando chegou a 88,1 pontos.
Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, destacou que o resultado negativo desse mês parece refletir a desaceleração que já vinha sendo sinalizada nos últimos meses, mas com o acréscimo da nova onda da pandemia.
“Além do cenário macroeconômico ainda difícil e da cautela dos consumidores, a volta de algumas medidas restritivas já impacta a atividade do setor e liga o sinal de alerta sobre o ritmo dos próximos meses. Enquanto esses fatores persistirem vai ser difícil observar o retorno da tendência positiva da confiança no setor de serviços”, avaliou Tobler, em comentário.