Os secretários de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram demissão dos cargos nesta quinta-feira, 21. A debandada no Ministério da Economia acontece depois de o presidente Jair Bolsonaro ter anunciado um Auxílio Brasil de 400 reais, que pode ser bancado por meio de mudança no teto de gastos.
Funchal e Bittencourt alegaram que a decisão é de “ordem pessoal”. Os dois “agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país”, diz nota do ministério.
Também pediram exoneração nesta quinta a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, por “razões pessoais”. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não se pronunciou sobre as saídas.
O ministério ainda não anunciou os substitutos. Segundo a pasta, os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, tanto da Seto quanto da STN. Nesta quinta, o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho, também pediu demissão.
O governo busca um espaço fiscal de 40 bilhões de reais, fora do teto, para arcar com um benefício transitório e garantir um auxílio de 400 reais mensais até dezembro de 2022, ano em que Bolsonaro pretende concorrer à reeleição.
A equipe econômica esperava um aumento menor no programa, de 300 reais, que seria garantido em 2022 pela PEC dos precatórios e mantido com a taxação sobre lucros e dividendos prevista na reforma do Imposto de Renda.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse, no Twitter, que “a equipe econômica que vem bem conduzindo esta crise provocada pela pandemia terá substituições por técnicos igualmente qualificados que continuarão prestando bons serviços”. Segundo ele, “Guedes firme e forte como sempre na condição da economia”.