Depois da China, a Rússia também irá limitar suas exportações de fertilizantes. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (3) pelo primeiro ministro Mikhail Mishustin e a medida, tomada pelo presidente Vladimir Putin, valerá por, pelo menos, seis meses.
Foram determinadas cotas para as exportações de fertilizantes complexos em 5,35 milhões de toneladas e de nitrogenados em 5,9 milhões. O objetivo da imposição dos limites é mitigar os efeitos das altas para os produtores rurais locais e da crise energética que é, praticamente, generalizada. As cotas começam a valer já em dezembro.
Assim, a Rússia confirma seguir os passos da China, que já vinha sinalizando sua restrição às exportações dos fertilizantes – também com o objetivo de proteger a produção local – e que veio dificultando as vendas externas nos últimos meses, com mais etapas de fiscalização dos produtos a serem exportados.
Em todo hemisfério norte os agricultores já mostram que o choque na oferta de insumos tem se tornado uma preocupação cada vez maior e mais grave, diante da alta descontrolada dos fertilizantes mas, principalmente, frente à flata de produto. Ainda segundo a Bloomberg, grupos agrícolas franceses, em outubro, emitiu uma nota afirmando que os preços do nitrogênio triplicaram e que há riscos de escassez de produto.
Para o Brasil, o impacto deve ser considerável, uma vez que boa parte dos fertilizantes importantes, especialmente o cloreto de potássio, vem da Rússia. De janeiro a setembro, de acordo com dados levantados pela Agrinvest Commodities, foram importadas 2,62 milhões de toneladas de KCl russo, ou seja, 29% do total que chegou aos portos nacionais.