No auge, o protesto realizado neste domingo (21) na Avenida Paulista contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro reuniu 42,4 mil pessoas, segundo estimativa de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
O cálculo foi feito pela equipe do Monitor do Debate Político no Cebrap, em parceria com a ONG More in Common. A estimativa considera o público presente às 16h06, horário de pico da manifestação, com base em fotos aéreas e contagem assistida por software. A margem de erro da estimativa indica uma variação entre 37,3 mil e 47,5 mil participantes.
Para efeito de comparação, a manifestação realizada na mesma avenida em 7 de setembro, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em defesa da anistia, reuniu 42,2 mil pessoas, segundo a mesma metodologia.
Como foi feito o cálculo:
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Foram tiradas fotos em quatro horários ao longo do protesto: 14h10, 14h45, 15h22 e 16h06, totalizando 38 imagens;
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Dessas, 11 fotos tiradas às 16h06 — momento de maior concentração — foram selecionadas para a análise. As imagens cobriram toda a extensão da manifestação, sem sobreposição;
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A contagem foi feita com o método Point to Point Network (P2PNet), desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China, e pela empresa Tencent;
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O software foi treinado com dois conjuntos de dados (datasets) anotados: um da Universidade de Xangai, com imagens de multidões, e outro da Universidade de São Paulo, com imagens brasileiras;
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O método utiliza drones para captar imagens aéreas da multidão. O software, com base em inteligência artificial, identifica e marca automaticamente as cabeças das pessoas nas imagens, permitindo uma contagem precisa mesmo em áreas de alta densidade;
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Atualmente, o método apresenta uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação individual, o que representa um erro percentual absoluto médio de 12%. Isso significa que, em uma estimativa de 100 mil pessoas, o público real pode variar entre 88 mil e 112 mil.
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