PP e União Brasil Lançam Federação com Ataques a Lula e Ignoram Ministros

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A primeira convenção da federação União Progressista, realizada nesta terça-feira (19/8), em Brasília, foi marcada por um clima de constrangimento para os ministros ligados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de ocuparem quatro ministérios, os representantes do União Brasil e do PP foram deixados de lado no evento, enquanto a cúpula da nova sigla e aliados da oposição faziam duras críticas ao governo.

Sentados à parte da mesa principal, os ministros foram obrigados a ouvir calados discursos inflamados de governadores — alguns nem filiados às legendas da federação — que cobraram o rompimento imediato com o Planalto.

Nos bastidores, dirigentes das duas legendas reconhecem que o episódio foi “constrangedor” e admitem que situações semelhantes podem se repetir. A avaliação interna é que o desembarque da federação do governo Lula deve ocorrer em até dois meses, após a homologação da nova sigla pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até lá, as siglas seguem divididas entre manter os cargos ou entregá-los.

Caiado exige posição: “Partido tem que ter lado”

O governador Ronaldo Caiado (GO) foi o mais contundente. Em discurso aplaudido por líderes como Antonio Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP), ele cobrou uma posição clara:
“Partido tem que ter lado, tem que ter posição clara. É preciso ter candidato próprio. A solução é derrotar Lula.”

Tarcísio de Freitas (SP), em tom mais contido, evitou o confronto direto e focou em temas como saúde e economia. Já o governador Jorginho Mello (PL-SC) reforçou o coro oposicionista, pedindo aplausos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outros nomes fora da federação também discursaram, como o governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) e o ex-governador Ciro Gomes (PDT). Nenhum dos ministros presentes teve direito à fala.

Ministros ignorados e isolados

Compareceram ao evento os ministros André Fufuca (Esporte, PP) e Celso Sabino (Turismo, União). Fufuca evitou os holofotes, enquanto Sabino chegou a posar ao lado do prefeito de Salvador, Bruno Reis, opositor de Lula, fazendo sinal de positivo.

Dois ministros da federação não compareceram: Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração). Este último, aliado de Davi Alcolumbre (União-AP), deve permanecer no governo mesmo com um eventual desembarque do partido.

Disputa interna emperra rompimento

As siglas discutiram até a véspera da convenção se já deveriam anunciar a saída do governo. A intenção de alguns líderes era lançar a federação com um posicionamento claro de oposição a Lula, mas parte dos caciques resiste a entregar os cargos e prefere manter a relação com o Planalto — ao menos até que o cenário de 2026 esteja mais definido.