A expansão e o desenvolvimento da infraestrutura de transportes no Brasil até 2035 pode necessitar de até 789 bilhões de reais em investimento. Esse montante é considerado para um cenário de máxima oferta no país. A simulação faz parte do Plano Nacional de Logística 2035, apresentado nesta sexta-feira, 3, pelo Ministério da Infraestrutura.
Segundo a pasta, o plano é baseado em um diagnóstico técnico sobre a matriz de transportes brasileira e suas principais demandas. Nele, o ministério formulou nove cenários para o setor e, com isso, espera indicar necessidades e oportunidades, presentes e futuras, para a infraestrutura de transportes.
As simulações consideram cenários referenciais e transformadores onde o desenvolvimento econômico é mais agressivo e mais carga é transportada.
Entre os empreendimentos incluídos na simulação estão, por exemplo, intervenções previstas em todos os contratos de concessões e parcerias vigentes; obras públicas em andamento e previstas; novas ferrovias, como a Ferrogrão, Fiol, Fico, novos ramos da ferrovia Norte-Sul e extensões das malhas atualmente em operação, entre outros ativos envolvendo o transporte aéreo e aquaviário.
O cenário que envolve o “teto” de investimentos simulados, de 789 bilhões de reais, é o de número 6. Nele, o ministério contabilizou empreendimentos já qualificados na carteira, os previstos no Plano Plurianual, os estudados pelo governo, além de parcerias e investimentos estaduais, o Plano Hidroviário Estratégico, o Plano Nacional de Logística Portuária e as contribuições de quando o PNL ficou em consulta pública. Ou seja, nessa simulação os empreendimentos desejados pela sociedade e pelos estados que não estavam na proposta original da pasta foram absorvidos nas projeções.
“Nesse sentido, o referido cenário é o mais rico no quesito de oferta de infraestrutura de transportes, o que transforma vários fluxos ‘anteriormente conhecidos’, fazendo com que as distribuições de cargas pelo país sejam alteradas consideravelmente”, aponta o PNL.
De acordo com o PNL, um dos pontos que chamam a atenção nesse cenário é a integração da ferrovia Fico, que nesse cenário seria estendida até Porto Velho, com o corredor de cargas gerais utilizando as rodovias BR-319/AM, BR-364/RO e a via navegável do Rio Madeira.
“Dentro da ótica que este Plano permite observar, há a necessidade de solução para o corredor que liga Manaus ao centro do país, em especial aos mercados consumidores do Mato Grosso, de Goiás e do norte do Mato Grosso do Sul, assim como uma possibilidade de melhor integração com o mercado de produção e consumo da Bolívia”, aponta o plano.