Apesar de ser a capital mais jovem do Brasil, Palmas lidera pelo oitavo ano consecutivo o ranking de capitais com maior número de moradores de aluguel. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2024, 44,9% da população vive em imóveis alugados — a única capital do país acima da marca de 40%.
Desde 2016, quando o índice era de 31%, a curva só cresce. Em segundo lugar no ranking aparece Goiânia (GO), com 38,9%, seguida por Aracaju (37%), Florianópolis (36%) e Brasília (34,6%).
🚨 Déficit habitacional e alta demanda externa
O principal fator apontado para esse cenário é o rápido crescimento populacional impulsionado pela chegada de pessoas de outros estados em busca de oportunidades. O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Tocantins (Ademi-TO), João Paulo Tavares, explica que o crescimento da cidade não acompanha a oferta de moradias.
“O déficit habitacional já vem desde a origem da cidade. A velocidade de crescimento populacional é maior que a de construção de novas unidades”, afirma.
Com mais procura do que oferta, os alugueis sobem, mas mesmo com preços altos, os imóveis são alugados rapidamente.
🧱 Imóveis quitados em queda
Outro dado preocupante é a queda no número de imóveis quitados: em 2016, 55,4% dos domicílios de Palmas eram próprios e pagos. Em 2024, esse índice caiu para 39,7%. Imóveis próprios em financiamento somam 8,7%, enquanto 6,8% são cedidos.
No estado do Tocantins, a realidade é diferente: 62,8% dos moradores vivem em imóveis próprios, e apenas 23,8% pagam aluguel.
💰 Aluguel como investimento
Além da moradia, o mercado de aluguel virou um negócio atrativo. Segundo João Paulo, há equilíbrio entre pessoas comprando imóveis para morar e investidores interessados em alugar.
“A economia está aquecida. Tanto moradores quanto investidores enxergam valor no mercado de Palmas”, completa.
O presidente da Ademi-TO defende que políticas públicas e parcerias com o setor privado são essenciais para mudar o quadro atual e ampliar o acesso à casa própria.