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O DESAFIO DO ANO DE 2021 E SUAS PERSPECTIVAS

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Vamos caminhando para o fim de 2020 e, sem dúvida, para a maioria foi um ano desafiador. Um ano que começou com boas perspectivas, onde no primeiro boletim focus do ano, em 03/01/2020, a expectativa é que o PIB apresentaria crescimento de 2,3% enquanto a inflação rondaria na casa de 3,60%. A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em janeiro tinha tendência de queda, na casa de 11,2%.

Logo no terceiro mês do ano vimos a crise sanitária provocada pelo covid-19 batendo em nossas portas e desafiando as previsões mais pessimistas para o ano. Com uma mudança repentina, tivemos que nos adequar a conviver com a restrição de circulação de pessoas e o aumento de medidas para evitar o contágio pelo vírus chinês que ainda amedronta e assusta grande parte da população mundial.

Entre idas e vindas do governo federal e um embate duro com os entes federados, ao fim houve liberação de recursos públicos para abastecer o caixa dos estados e municípios para combater as mazelas causadas pelo vírus, tanto na área da saúde pública quanto na parte econômica. Muitos estados e municípios arrecadaram mais este ano, proveniente de repasses do tesouro nacional, do que em anos anteriores.

O auxilio emergencial que teve inicio com pagamento de parcelas mensais de R$ 600,00 ao mês e depois passando para R$ 300,00, promoveu grande reposição na massa de renda da população, sendo um motor propulsor para não deixar que a economia afundasse ainda mais. A transferência de renda que com o bolsa família girava R$ 3 bilhões ao mês, com a implementação do Auxilio Emergencial injetava na economia R$ 18 bilhões. No auge da pandemia as previsões eram de que a queda do PIB na ordem de 10%, foram sendo revisadas semana a semana, e hoje a expectativa é de que o PIB deste ano retraia 4,41%.

A taxa de desemprego, após os meses de economia funcionando com serias restrições e ajustes por parte das empresas para conseguirem sobreviver, em novembro fechou em torno de 14,6% e muitos economistas e analistas acreditam que no início do próximo ano este número possa estar perto de 18,5%

Agora que o ano vai chegando ao fim e começamos a planejar 2021, fica a dúvida do que esperar dos próximos 12 meses. E infelizmente, o cenário não parece ser dos mais positivos, uma vez que a segunda onda de contágio do covid-19 vem chegando com força pelos estados brasileiros e média de mortes diárias vão aumentando dia a dia. Segundo projeções do Banco Itau, caso as mortes diárias por covid-19 fiquem acima de 1.000 a tendência da perda de 0,4% no PIB por mês, durante o próximo ano.

Outra preocupação por parte da maioria dos economistas é o que fazer na parte fiscal, uma vez que o país precisa dar sinais de que está retomando a agenda econômica com viés de austeridade, uma vez que a dívida publica vai chegando perto de 100% do PIB, porém sem deixar de algo os milhões de pessoas que estavam “invisíveis” nos programas de transferência de renda e que agora, com o desemprego a níveis elevados, devem ter um olhar em especial por parte do poder publico. A retomada da economia, após o fechamento de empresas e a adequação do quadro de colaboradores para vencer os momentos mais difíceis da pandemia, não será tão rápida quanto queda. E como já dito anteriormente, a previsão da taxa de desemprego para o inicio de 2021 está na faixa de 18,5%.

A politica monetária vai passar boa parte de 2021 pressionada, em especial no primeiro semestre, onde temos a tendência de que a inflação atinja seu pico no acumulado de 12 meses em maio, com taxa de 5,7%. O orçamento do governo não tem muita margem para manobra, em grande parte pelo rigor da Lei do Teto de Gastos e não estamos vendo, até o momento disposição do governo em focar nas pautas prioritárias para desafogar o orçamento e abrir gatilhos para redução do tamanho da máquina pública.

A diferença entre o ano que está findando para o que começara nos próximos dias é que no primeiro não tivemos muito tempo para planejar e organizar a casa, até porquê não tínhamos o mínimo de conhecimento sobre como seriam os próximos dias. Agora já temos um cenário menos nebuloso e temos tempo, informação e conhecimento para projetar o que devemos e precisamos para enfrentar uma eventual turbulência que venha a nos atingir.

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