No Jalapão, governador entrega as primeiras torres de projeto que vai conectar comunidades tradicionais do Tocantins ao mundo
Aldeias indígenas, quilombos e outras comunidades tradicionais do Estado do Tocantins estão a apenas um clique de distância do restante do Globo. O governador Wanderlei Barbosa entregou as primeiras torres de internet gratuita nas comunidades quilombolas do Prata e do Mumbuca, localizadas na região do Jalapão. É a primeira vez que uma política pública de Estado leva internet sem fio, de graça, a essas localidades.
No Jalapão, Wanderlei Barbosa acompanhou uma vistoria técnica, verificou a velocidade de conexão e o raio de alcance do sinal de internet, e até gravou vídeos e postou nas redes, diretamente do quilombo. “É um projeto importante, porque garante às comunidades mais remotas, aos nossos povos originários e tradicionais, acessibilidade e conexão. O nosso objetivo é melhorar o acesso dos tocantinenses que aqui moram aos serviços que hoje em dia são viabilizados pela rede, como educação e saúde, além de facilitar a atividade turística e a comunicação dos moradores”, destacou.
Para testar o sistema, o Governador fez uma videochamada com a secretária de Estado dos Povos Originários e Tradicionais, Narubia Werreria, que estava a cerca de 600 quilômetros de distância, em Palmas. “Essa é uma ligação-teste, secretária, para lhe dizer que estamos muito contentes em entregar esse projeto aos tocantinenses”, afirmou durante a chamada. “Também estou muito feliz. O senhor é o primeiro Governador que cuida dos povos originários e tradicionais do Tocantins, o que, para nós, é um marco histórico”, respondeu a secretária.
Conexão
A internet chega através de fibra óptica a um totem instalado no centro das comunidades, a partir daí o sinal é distribuído via wi-fi, cobrindo um raio de até 200 metros. A internet sem fio suporta até 350 dispositivos conectados simultaneamente, com velocidade de 10 Mbps.
Empolgada com a novidade, dona Martina Tavares, moradora do Mumbuca, aproveitou para matar a saudade da filha que mora na Europa. “Só de poder falar com a família já é uma grande vantagem. Tem dias que bate uma saudade do povo…. Tem gente morando em todo lugar, em Ponte Alta, Goiânia, até na Itália tenho gente, minha filha, que eu já liguei para poder ver e conversar”, disse a matriarca.
O sinal de wi-fi chega aos principais pontos das comunidades, abrangendo, inclusive, escolas, o que vai melhorar, também, o acesso dos estudantes a conteúdos educativos. “Melhorou consideravelmente nossa situação. Agora, os estudantes universitários, das nossas escolas locais, e professores têm acesso à internet para fazer pesquisas, responder atividades e aprender mais”, informou a professora Leni Francisca de Souza.
Turismo
A chegada da internet promete incentivar, também, a atividade turística no Jalapão. Parte da renda das famílias do Prata e do Mumbuca vem da exploração turística. A conectividade vai facilitar transações financeiras, como o pix, além de viabilizar a comunicação entre turistas e postagens nas redes sociais, aumentando o engajamento da região nas redes sociais.
De acordo com o secretário de Estado do Turismo, Hercy Filho, cerca de 74% das rotas turísticas no Tocantins ainda não são cobertas por sinal de internet. “Estruturar os destinos turísticos na rede mundial é tudo de que a atividade precisa para se fortalecer e desenvolver. Hoje, o governador lança esse projeto-piloto com a perspectiva de que nossos principais atrativos estejam contemplados nessa primeira etapa. O Tocantins dá um salto muito grande com a estruturação desse projeto”, afirmou.
Projeto
Idealizado pelo deputado estadual Léo Barbosa, o projeto levará internet gratuita a 612 comunidades tradicionais do Tocantins até o fim do ano.
“É um direito de todos ter acesso à comunicação e aos serviços bancários. Até mesmo atendimentos de saúde, hoje em dia, são facilitados pelo acesso à comunicação. Esse projeto foi pensado para tirar as comunidades do isolamento e poder ligar todo o Tocantins ao mundo digital”, explicou o deputado.
A comunidade aprovou a iniciativa. “Facilitou muito a comunicação com nossas famílias fora daqui. Agora, não preciso mais sair daqui, ou seja, fazer uma viagem para conversar com alguém”, afirmou o morador do Prata, Neildo Patrício.
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