Nas favelas, mais da metade usa auxílio emergencial para ajudar parentes e amigos
Mais da metade dos moradores de favelas brasileiras que conseguiram receber o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal usou o recurso para ajudar financeiramente familiares e amigos, mostra pesquisa do Instituto Data Favela, parceria do Instituto Locomotiva com a Central Única das Favelas (Cufa).
De acordo com a pesquisa, realizada de 19 a 22 de maio e que ouviu 3.561 pessoas em 72 cidades, 56% dos moradores das favelas que receberam a primeira parcela do auxílio destinar parte do dinheiro para familiares e amigos. O destino principal do recurso foi a compra de alimentos (95% dos beneficiados).
“Nas favelas ninguém morre de fome se o vizinho está comendo. É o contraponto da falta de solidariedade de quem está fraudando o auxílio emergencial. Não tenho dúvida de que a elite tem a aprender com um morador de favela”, diz Renato Meirelles, fundador do Instituto Locomotiva e do Data Favela.
Outros itens básicos estão nas prioridades de compra com o uso do auxílio do governo. É o caso de produtos de higiene (91% de citações), limpeza (90%), pagamento de contas básicas (80%) e remédios (77%). Neste último caso, as menções são mais frequentes no Norte (86%) e Nordeste (85%) do país.