Na Agrotins 2021 100% Digital, gestores e produtores do agro debatem soluções para os gargalos existentes visando a consolidação do setor
“Fazer agricultura não é fácil e não é barato. Fazer agricultura no Brasil é coisa muito séria”. Esta frase do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja no Tocantins (Aprosoja Tocantins), Dari Fronza, resume bem a seriedade e comprometimento do produtor tocantinense quanto ao desenvolvimento do setor no Estado. Os novos rumos do agronegócio no Estado foram debatidos por gestores e produtores na tarde desta terça-feira, 15, na programação da Feira Agrotecnológica do Tocantins – Agrotins 2021 100% Digital.
O debate foi mediado pelo engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), Thadeu Teixeira Júnior.
O titular da Seagro, Jaime Café, pontuou que a produção no Tocantins cresceu muito nos últimos 20 anos, o que requer ainda, mais planejamento em termos de infraestrutura e apoio ao produtor. “O aumento da produção compromete a malha viária. A demanda de serviço tem sido grande e o Estado tem feito planejamento para recuperar rodovias e construir novas. Temos que nos planejar, porque não tenho dúvida que daqui a 10 anos vamos dobrar a produção novamente. Vamos aumentar não só em área, mas principalmente, em produtividade”, destacou o secretário Jaime Café.
O presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), Ricardo Khouri, frisou que o Estado precisa de uma infraestrutura 4.0 para acompanhar o desenvolvimento do agronegócio tocantinense. “Nós estamos caminhando bem para um processo que chamo de agroindustrialização do Estado. O processo primário é positivo e exige um nível de profissionalização muito elevado, mas é preciso reforçar que, mais que as tecnologias, nós também precisamos de uma infraestrutura 4.0, para que esse processo de agroindustrialização se consolide assim como o setor primário”, pontuou.
Além disso, o presidente da Coapa ressaltou que os produtores de milho precisam de mais incentivo. “Precisamos de um programa de aumento da produção de milho. Precisamos ser mais competitivos. Hoje nós temos um volume de soja que nos permite pensar em proteína animal, mas a produção atual de milho não nos permite. Precisamos de uma infraestrutura 4.0 e de políticas públicas que incentivem os produtores de milho”, finalizou.
O presidente da Aprosoja Tocantins, que também é produtor de soja e empresário, Dari Fronza, destacou a necessidade de investimentos em armazenagem. “O Tocantins tem no sangue a logística e somos rodeados de estados produtores, por isso, precisamos dessa logística funcionando dentro do nosso Estado. Além disso, nós sentimos na pele esse ano, a falta de armazéns. Nós fizemos um pedido à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para que destine R$ 3 bilhões dos recursos do Plano Safra 2021/2022 para armazéns”, pontuou.
Expectativas para o Plano Safra
Em resposta, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, César Halum, falou quais são as expectativas para o lançamento do Plano Safra 2021/2022. “A pandemia obrigou o governo federal a fazer alguns gastos que não estavam previstos e nós estamos tendo dificuldades para compor o plano safra, mas queremos que ele seja um pouco maior que o plano atual. Estamos reunidos com o Ministério da Economia para fechar os valores. Eu não posso adiantar muita coisa, mas o plano safra deve ser anunciado até o dia 25 deste mês, porque no dia 1º tem que estar à disposição dos bancos”, informou.
O secretário César Halum adiantou que o Plano Safra 2021/2022 terá recursos para dar um apoio maior aos pequenos e médios produtores e que o plano vai trabalhar no sentido de sanar os gargalos existentes. O secretário falou ainda da necessidade de atrair mais investimentos privados para o setor. “Hoje o plano safra consegue atender um terço da demanda. É preciso entrar mais dinheiro privado”, finalizou César Halum, destacando que a produção brasileira está alinhada com o desenvolvimento sustentável.