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Maioria dos moradores das favelas não têm renda para mais uma semana

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A paralisação das atividades das grandes metrópoles em meio ao avanço do novo coronavírus no Brasil está pressionando cada dia mais a capacidade de subsistência dos moradores das favelas.

Nova pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Locomotiva e o Data Favela mostra que quase 60% dos moradores dessas regiões não têm renda para se manter por mais uma semana de quarentena. Sem auxílio do governo e sem o retorno ao trabalho, a falta de alimento também é permanente.

Segundo o levantamento, mais da metade dos moradores não têm estoque de alimentos para mais uma semana de confinamento. As dificuldades logísticas e de abastecimento também estão ficando mais difíceis: na pesquisa, 80% disseram não encontrar alimentos e itens de higiene nas comunidade. Isso faz com que eles saiam do isolamento para fazer compras em outras regiões.

“Cesta básica ajuda. Mas se não houver ações efetivas, públicas e privadas, para garantir uma renda mínima, o adiamento de contas, garantindo provimento de produtos básicos, como alimentos, internet e produtos de limpeza, pode haver revolta das favelas”, afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Por enquanto, o auxílio por mês de R$ 600 à população com renda mensal de até três salários mínimos vai nessa direção, mas ainda está em processo de cadastramento.

Algumas iniciativas da sociedade civil estão na linha de frente para garantir os alimentos nas favelas, como é o caso da Gerando Falcões, organização do empreendedor social Edu Lyra, que está com uma iniciativa de distribuir cestas básicas digitais em 70 favelas, o que vai alimentar cerca de 120.000 pessoas. Ele contou com exclusividade à EXAME sobre como está a operação de guerra para entregar as cestas básicas.

Outro dado relevante do levantamento é que, apesar das consequências nefastas da pandemia e seus reflexos econômicos nas favelas, mais de 70% dos moradores são a favor do isolamento. Atualmente, há mais de 13 milhões de pessoas morando em favelas do país, que se concentram nas grandes metrópoles, onde as restrições de deslocamento estão mais impostas.

A pesquisa ouviu 1.808 pessoas, em 269 favelas do pais, entre os dias 4 e 5 de abril.

Fonte: Exame

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