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Inflação fica em 0,36% em julho, maior nível para o mês desde 2016

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inflação no Brasil ficou em 0,36% em julho, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o maior para o mês desde 2016 e veio em linha com a expectativa do mercado.

No acumulado do ano, a taxa medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 0,46%, enquanto nos últimos 12 meses é de 2,31%. Já em julho de 2019, a taxa havia sido de 0,19%.

O centro da meta oficial de inflação para 2020 é de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais (5,5%) ou menos (2,5%). 

No mês anterior, o índice havia revertido dois meses seguidos de queda, com variação de  0,26%.

O resultado foi influenciado, principalmente, pelos preços da gasolina e da energia elétrica, segundo o instituto. Os pesquisadores também citam a queda menos intensa das passagens aéreas no mês e do recuo observado no subiten transporte por aplicativo.

Apesar de o maior impacto ter vindo de Transportes, que teve alta de 0,78%, seis de nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em julho.

O grupo Habitação, segunda maior contribuição, teve alta de 0,80% nos preços, uma aceleração de 0,04% em relação ao resultado de junho. O grupo foi influenciado pelos reajustes de energia elética nas capitais, de acordo com o IBGE.

Na expectativa da consultoria 4E, a recuperação dos preços internacionais do petróleo, bem como a recomposição da demanda chinesa por carnes devem continuar pressionando os preços ao consumidor no curto prazo, escreve em relatório: “Ainda assim, para 2020, acreditamos que o IPCA se encerre abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação”, diz.

Para o fim de 2020, a expectativa do mercado medida pelo Boletim Focus aponta para inflação de 1,63% em 2020 e de 3% em 2021.

Retomada?
Os sinais de que o pior da crise ficou para os meses de abril e maio e que o ritmo de retomada tem aumentado mês a mês, após o relaxamento das medidas de distanciamento social, tem sido visto também no varejo e na indústria, apesar da base de comparação baixa.

Mesmo com o sinal de aceleração e perspectivas positivas para os preços no curto prazo, no entanto, as perspectivas para o crescimento da economia ainda são muito fracas, o que não impediria novos cortes na Selic, apesar de improvável, como sinalizou o Banco Central (BC) nesta semana ao cortar a Selic em mais o,25 p.p..

A autoridade disse que o espaço para exercer a política monetária é muito pequeno, e demonstrou preocupação em relação aos rumos fiscais do país, assim como com a reação do mercado de trabalho ao fim das políticas de auxílio emergencial.

Analistas esperam que, assim que a população voltar a procurar por uma oportunidade de trabalho, seja ela formal ou informal, a taxa de desemprego deverá dar um salto dos atuais 13,3% para próximo de 17% no fim do ano.

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