A inflação do país em agosto fechou mais uma vez acima das expectativas do mercado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,87%, o maior para o mês desde 2000. Em julho, o indicador havia sido de 0,96%.
Os dados, divulgados nesta quinta-feira (9/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, em 12 meses, a inflação já acumula 9,68%. Em comparação com agosto do ano passado, o aumento foi de 0,24%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta nos preços em agosto, com destaque para os transportes. Puxado pelos combustíveis, o grupo registrou a maior variação (1,46%) e o maior impacto (0,31 p.p.) no índice geral. A gasolina subiu 2,8% e teve o maior impacto individual (0,17 p.p.). Etanol (4,5%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%) também ficaram mais caros no mês.
“O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes aplicados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras. O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final. No ano, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol 40,75% e o diesel 28,02%”, disse o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
Os preços do gás encanado (2,70%) e do gás de botijão (2,40%) também subiram. No gás encanado, houve reajustes tarifários em Curitiba e no Rio de Janeiro.
Por outro lado, o grupo saúde e cuidados pessoais (-0,04%) foi o único com variação negativa, devido à queda de 0,43% nos itens de higiene pessoal. Os planos de saúde recuaram 0,10%.