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Ibovespa fecha no zero a zero com virada negativa no exterior; dólar sobe

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Ibovespa perdeu força na última hora de pregão e encerrou a quarta-feira, 9, em leve alta de 0,09%, aos 129.906 pontos. O principal índice da B3 passou a maior parte do dia acima da marca de 130.000 pontos com a alta da Vale (VALE3), mas foi impactado negativamente pela queda das bolsas americanas.

Por lá, investidores operaram com cautela à espera dos números de inflação que serão conhecidos amanhã com a divulgação do CPI, Índice de Preços ao Consumidor. O temor do mercado é de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) precise rever sua política de estímulos e juros baixos caso a inflação venha acima do esperado. 

A medida afetaria opções mais arriscadas de investimento, como a renda variável e investimentos em países emergentes. Em compasso de espera, os principais índices americanos encerraram o dia em terreno negativo. O Dow Jones teve queda de 0,44%, o S&P 500 registrou baixa de 0,18% e o Nasdaq caiu 0,09%.

Com os investidores diminuindo o apetite a risco, a sessão foi de ganhos para o dólar. O dólar index (DYX), que mede o desempenho da divisa americana frente a uma cesta de moedas fortes, avançou 0,08%. Contra o real, o dólar registrou valorização de 0,69%, e encerrou o dia negociado a 5,069 reais.

A alta da moeda americana ocorre depois de uma sequência de desvalorizações que colocou o dólar próximo da marca simbólica de 5 reais. Para Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos, a mudança na direção do dólar nesta quarta-feira é “um movimento técnico de compra devido à forte desvalorização do dólar nas últimas semanas”.

“A moeda caiu muito e já está se aproximando do patamar psicológico de 5 reais. Não há motivos para esperar mais desvalorização ainda, então os investidores estão aproveitando para comprar dólar.”

Na terça-feira, o dólar à vista registrou variação negativa de 0,06%, a 5,0352 reais na venda, em seu menor patamar para encerramento desde 10 de junho de 2020 (4,9398 reais), acumulando queda de aproximadamente 3% contra o real no ano.

Entre os fatores que têm ajudado a moeda brasileira nas últimas semanas, vários especialistas apontam para a expectativa de juros domésticos mais altos, que foi reforçada nesta quarta-feira pelos sinais de aceleração da inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, divulgado nesta manhã, ficou em 8,06% no acumulado de 12 meses, se distanciando ainda mais do teto da meta de inflação para este ano, de 5,25%. A expectativa era de que a inflação acumulada de maio ficasse em 7,93%. 

O dado reforça a pressão para que o Banco Central eleve a taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, Copom, que será nos dias 15 e 16 de junho.

“O IPCA veio muito alto. vai começar a bater no juros mais forte. Essa discussão vai ter que começar no Brasil”, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton, em vídeo a clientes.

Destaques

Na bolsa, as ações da Vale (VALE3) subiram 2,07% e ajudaram a sustentar o índice. Os papéis da mineradora, assim como os de siderúrgicas, foram impulsionados pela apreciação do minério de ferro, que disparou mais de 5% na China nesta madrugada. Usiminas (USIM5) foi o maior destaque entre as siderúrgicas e subiu 2,56%. 

No setor bancário, as ações do Itaú (ITUB4foram as únicas a avançar, subindo 1,37%. Por ter grande participação no índice, o desempenho também contribuiu para que o Ibovespa se mantivesse em terreno positivo. Já Bradesco (BBDC3/BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) fecharam o dia em baixa, dando continuidade ao movimento de correção no pregão da véspera.

Na ponta positiva do índice, as ações da exportadora Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11se beneficiaram da alta do dólar e estiveram entre os maiores ganhos do índice, subindo 2,79% e 2,33%. O pódio com as maiores altas, no entanto, ficou com Locaweb (LWSA3), que avançou 2,88% se recuperando das recentes quedas.

Outro destaque da sessão foram as ações da GOL (GOLL4), que subiram mais de 5% na abertura do pregão após a empresa anunciar a compra da companhia aérea MAP por 28 milhões de reais, aumentando sua oferta de voos no Aeroporto de Congonhas, um dos mais disputados do país. Os papéis da aérea fecharam o dia em alta de 0,92%.

Já as ações da Azul (AZUL4), que chegou a prometer que seria uma das líderes do movimento de consolidação do setor, caem 1,90%. Enquanto sua concorrente comprou a MAP, ela estaria com as operações brasileiras da Latam na mira.

Ainda na ponta negativa, as ações de shoppings devolvem parte dos recentes ganhos conquistados com a perspectiva de reabertura econômica. Iguatemi (IGTA3) recuou 3,79%, na maior baixa do dia, enquanto Multiplan (MULT3) teve baixa de 2,80%.

“Apesar das expectativas pelo reaquecimento da economia e pelo andamento da vacinação, as ações de construtoras e shoppings vão sendo pressionadas pelo aumento do IPCA, com o mercado repercutindo uma possível alta maior que as estimativas na taxa de juros básica”, afirmam, em nota, analistas da Ativa Investimentos.

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