O DEM e o PSL aprovaram a fusão dos dois partidos em convenções realizadas na manhã desta quarta-feira, dando origem ao União Brasil. Ao mesmo tempo que o novo partido se movimenta para garantir filiações de deputados e consequentemente ter ainda mais participação no bolo dos fundos eleitoral e partidário para as eleições do próximo ano, lideranças de direita buscam se libertar da influência direta do presidente Jair Bolsonaro.
O União Brasil chega com cinco governadores, dois ministros, mais de 80 deputados, oito senadores, incluindo, pelo menos por ora, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Como o maior partido na Câmara, controlará cerca de um sexto do fundo eleitoral de 5,7 bilhões de reais reservado para o próximo ano.
O acesso ao dinheiro público será crucial para a sobrevivência de muitos desses grupos políticos em 2022, quando o Brasil está prestes a enfrentar mais uma eleição polarizada, possivelmente entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil tem mais de 30 partidos políticos, a maioria deles sem uma ideologia clara, que muitas vezes são criados ou extintos por conveniência. É comum que os políticos mudem de lado algumas vezes, especialmente antes das eleições.
Entre os partidos mais à direita e que apoiaram Bolsonaro em 2018, alguns estão repensando sua estratégia depois de se colocarem contrariamente a algumas das políticas do atual governo, especialmente após a tentativa do presidente de lançar dúvidas sobre o sistema de votação eletrônica do país.
“Respeitamos as instituições democráticas do país”, disse Luciano Bivar, presidente do PSL e que assumirá o comando do União Brasil, em entrevista. “Este é um partido que respeita as instituições.”