FMI melhora previsão do Brasil, mas alerta para recessão na América Latina
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou, nesta semana, sua previsão para as economias da América Latina e do Caribe em 2020, embora tenha alertado sobre “recessões profundas” em alguns países duramente atingidos pela pandemia de covid-19.
O Produto Interno Bruto (PIB) regional vai recuar 8,1% neste ano, menos que os 9,4% previstos em junho, informou o organismo multilateral ao atualizar o “Panorama Econômico Mundial” (WEO, na sigla em inglês).
O Fundo acrescentou que o panorama continua “precário” nas economias emergentes, “com muitos países latino-americanos gravemente afetados pela pandemia enfrentando recessões muito profundas”.
Entre os fatores para essa situação, o FMI menciona a disseminação contínua da covid-19, o impacto da crise da saúde em setores-chave, como o turismo, e uma maior dependência de financiamento externo, incluindo as remessas.
Para 2021, o FMI projetou uma recuperação do PIB regional de 3,6%.
América Latina e Caribe é a região do mundo mais afetada pela pandemia declarada em março. Com mais de 10,1 milhões de casos e quase 370.000 mortes, é responsável por mais de um quarto das infecções e mais de um terço de todas as mortes por covid-19 do planeta.
Brasil e México com perspectivas melhores
Para Brasil e México, principais economias da região, e ambos entre os cinco países com mais óbitos pelo novo coronavírus, o FMI registrou quedas do PIB menores do que o esperado em meados do ano.
Para o Brasil, estimou uma contração substancialmente menor, de 5,8% (melhora de 3,3 pontos percentuais em relação a junho), e para o México, de 9,0% (+1,5%).
O FMI já havia divulgado esses números na semana passada em seu relatório periódico sobre a economia de seus membros, conhecido como Artigo IV. Em ambos os casos alertou sobre os riscos para o crescimento.
As projeções do Fundo também são ligeiramente melhores para o Chile (-6,0% em comparação aos -7,5% em junho). No entanto, pioraram para Argentina (-11,8% em comparação aos -9,9%) e Colômbia (-8,2% em comparação aos -7,8%).