Famtur de pesca esportiva chega ao fim com expectativa de futuros bons negócios
A pesca esportiva é lazer, preservação ambiental e, acima de tudo, um bom negócio. Para desenvolver todo o potencial deste segmento turístico no Tocantins, o Governo do Estado, por meio da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc) realizou o I Famtour de Turismo de Pesca Esportiva nos Lagos de Palmas e Peixe.
O Famtour é uma das etapas do “Plano Operacional da Pesca Esportiva no Estado do Tocantins”, iniciado há cerca de um ano, e contou com a participação de operadoras e programas de TV especializados. A programação envolveu visitas a lojas de Palmas e Gurupi, encontros de negócios na Capital e em São Salvador, visitas para conhecer estruturas de pousadas e, claro, momentos de pesca no lago de Palmas, em pontos distintos, e no lago formado pela Usina Hidrelétrica de Peixe Angical, entre os municípios de Peixe e São Salvador.
“Apesar do grande potencial para a pesca esportiva, na gestão Mauro Carlesse tivemos o respaldo necessário para conduzirmos um projeto consistente, em benefício de toda a cadeia econômica que envolve a pesca esportiva”, explica o presidente da Adetuc e secretário de Indústria, Comércio e Serviços (Sics), Tom Lyra, que participou da abertura do Famtour na segunda, em Palmas. Para desenvolver o projeto, que está dividido em etapas, foi contratada consultoria especializada do Consórcio Nippon e Kushmann Consultores, por meio do Programa de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável (PDRIS), com recursos do Banco Mundial.
Repercussão
Segundo o último levantamento oficial, em 2014 haviam 441 mil praticantes de pesca esportiva licenciados no Brasil. O consultor Kelven Lopes estima que hoje há cerca de 2 milhões de pescadores esportivos, com ou sem licenciamento. Para ele, a vocação para o turismo de pesca no Tocantins se traduz pela qualidade de rios e lagos, riqueza de espécies, com destaque para o cobiçado tucunaré azul. “Nenhuma outra Capital oferece oportunidades e facilidades para a pesca esportiva, como Palmas. O lago é muito próximo da cidade, com ótimos pontos de pesca do tucunaré. Seria possível sair direto do aeroporto e, em 20 minutos, estar em um barco pescando”, comenta Kelven.
“Hoje, as pessoas estão entendendo que peixe vivo traz mais retorno financeiro que peixe morto”, lembra Roberto Carlos (Beto Chioqueta), do programa Bom de Pesca. Paulista radicado em Goiânia, Márcio David, da operadora e programa Fishingtour Pesca e Turismo, revela que pescaria é um estilo de vida, sendo o Tocantins uma das rotas de pesca.
Já Wellerson Santana, o Cabelo, da operadora e portal Pesca Esportiva Amadora, reitera que o setor movimenta uma grande cadeia de consumo. “O pescador esportivo é consumista e realiza uma média de quatro viagens ao ano”, conta, confirmando a mudança de comportamento do brasileiro em relação à pesca: “90% dos guias já foram pescadores profissionais.”
A Fish TV, considerada o maior canal especializado em pesca esportiva do País, também esteve presente ao Famtour. Segundo Rodrigo Teixeira, executivo de contas, e a apresentadora Laís Vanessa, a principal evolução da pesca esportiva no Tocantins se reflete no aumento das pousadas, operações e condutores de pesca. Laís enfatiza a mudança de perfil dos turistas pescadores, que hoje levam suas famílias para as viagens. “Ainda é uma atividade masculina, mas está mudando para turismo familiar, provocando um despertar para atrativos paralelos, como o ecoturismo”, ressalta a apresentadora. “O turista de pesca procura bons pontos de pesca e pousadas estruturadas, é curioso, mas muito fiel, sempre retornando aos mesmos locais”, explica Rodrigo, completando que o Tocantins precisa apresentar diferenciais para se tornar mais competitivo, diante de estados com maior tradição na pesca esportiva.