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Entrevista exclusiva com João Afonso da Centauros Econômica um sucesso empresarial no Tocantins

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Entrevista exclusiva com o João Afonso Ferreira sócio-proprietário da Centauros Viabilidade Econômica, um ícone do sistema financeiro, fala de sua trajetória e sua empresa Centauros como pioneira, onde faz alavancar o potencial empresarial no estado do Tocantins, ofertando projetos para o desenvolvimento econômico. Tendo vários projetos de sucesso implementados no estado.

1- Fale um pouco de sua trajetória no sistema financeiro nacional no banco Basa?

J A  – Aos 21 anos ingressei no Banco da Amazônia, no início de 1969. Foi uma decisão difícil, porque eu havia sido chamado para trabalhar no Banco do Brasil, em uma cidade do interior do Maranhão. Então o BASA se instalou em Teresina – PI, realizou concurso e chamou com muita rapidez. Difícil porque o BASA era desconhecido, mas me chamou para ficar em Teresina, e eu pretendia cursar Direito.

Acertei porque o início dos anos 70 foi um grande salto na expansão do banco. Como eu tinha experiência adquirida no Banco do Estado do Piauí, logo assumi funções de chefia, e com 5 anos de empresa fui nomeado gerente, em Teresina mesmo. Depois fui transferido para outras capitais: Cuiabá, Fortaleza, Recife, Cuiabá novamente, onde implantei a superintendência e me aposentei nesta função.

Ainda sou muito grato ao Banco da Amazônia, porque me oportunizou inúmeros treinamentos e cursos que contribuíram para o meu desenvolvimento profissional e pessoal.

Aposentado, com uma empresa de consultoria em Cuiabá, vim a Palmas visitar meu amigo José Carlos Bezerra, então superintendente do BASA no Tocantins, que me falou com empolgação sobre as perspectivas do Estado e de Palmas. Ele me apresentou ao empresário Antônio Machado, tornamo-nos amigos e ele também foi incentivador para eu vir morar em Palmas. Achei interessante morar em uma capital tão central relativamente ao Nordeste e a Cuiabá, onde tenho familiares, embora naquela época a estrutura aqui fosse precária, especialmente na área de saúde.

2- Qual foi o principal motivo da criação da Centaurus e qual é o principal diferencial da empresa?

J A – Não pretendia trabalhar no Governo, apesar das facilidades naquela época, e tinha convicção de que poderia trazer alguma contribuição, a empresários, na minha área de conhecimento. Então, ano 2000 instalamos a Centaurus aqui, com o propósito de prestar consultoria somente para a área de comércio, indústria e serviços. Praticamente só havia financiamento rural, então iniciamos com estrutura mínima, eu e minha esposa, mas logo os segmentos não rurais foram ganhando corpo; fizemos boas parcerias, e quando ia contratar uma economista conheci a Roze Nunes, e nas primeiras conversas já nos tornamos sócios, o que já perdura há mais de 12 anos.

Inegavelmente o conhecimento que adquiri no BASA é muito importante, porque a essência dos projetos não muda. Além disso nós procuramos nos manter atualizados com os rumos da economia, sobretudo no que se refere ao Estado, não só para apresentarmos bons projetos, tecnicamente, mas, especialmente, para orientarmos empresários, sobretudo empreendedores iniciantes.

Considero como pontos fortes, além do conhecimento técnico, a sinceridade no relacionamento com pretendentes a financiamentos, porque a ética não nos permite deixar alguém colocar em alto risco o seu patrimônio, seu futuro, se achamos que não há viabilidade no negócio. Procuramos “abrir os olhos” de empreendedores pretendentes a financiamentos que, a olhos vistos, é inviável. Temos também o cuidado de não levar ao banco, nosso grande parceiro, empresas ou empreendimentos em que não acreditamos. Meu raciocínio é este: eu como gerente, aprovaria?

Como disse, o fato de conhecer “os dois lados”, do banco e do empresário, é um diferencial.

Outro ponto: nosso pós-venda. Damos assistência aos nossos clientes permanentemente, e sem termos tido esta pretensão, isto ganhou força de marketing. Muitos dos novos clientes são indicados por outros.

O pioneirismo neste segmento também deu à Centaurus oportunidade de ficar conhecida pela participação em projetos de alto relevo, como a implantação do Shopping Center Capim Dourado, o campus do ITPAC em Porto Nacional, expansão da então Saneatins, instalação da AKC Diagnósticos, primeiro centro de imagens com tomografia e ressonância magnética a se instalar em Palmas, dentre outros.

3- Com o advento do COVID-19, qual sua opinião sobre este vírus no impacto da economia no Tocantins?

J A – O impacto inicial foi enorme. A sensação era de perplexidade nos empresários com quem falávamos. Muitos só viam incógnita. A área de investimento, novos negócios e até expansão de empresas em atividade sofreu brusca freada. Passado o susto, os negócios foram retornando, e iniciou-se a corrida para recuperar o tempo perdido. Podemos dizer que o pior passou, o segundo semestre deste ano já foi de retomada mais vistosa nos negócios.

4- O volume de indústrias no estado ainda e pequeno o que falta para crescimento efetivo desta segmentação da economia tão importante?

J A – A situação geográfica do Tocantins e de Palmas não é tudo para determinar a instalação de indústrias. Falta mão de obra qualificada, mas considero que IFTO, SENAI e instituições privadas de ensino têm condições de dar resposta rapidamente, inclusive formando turmas fechadas, específicas para atender demanda de empresas que pretendam instalar-se aqui, especialmente em Palmas e nas maiores cidades.

Há recursos abundantes e com juros baixos, pouco acima de inflação, como o FNO, há incentivo fiscal estadual, no caso o Proindústria, e federal, que é a redução do Imposto de Renda, através da SUDAM, mas ainda assim não vemos indústrias expressivas interessadas. Acredito que não termos distritos industriais bem estruturados seja uma lacuna a ser preenchida.

Temos distrito industrial em Palmas, Paraiso, Gurupi, Colinas e Araguaína, mas todos com dificuldade.

Também falta campanha institucional direcionada para “vender” o potencial do Estado. Na década de 90, o Governo de Mato Grosso organizou eventos em São Paulo, para expor as potencialidades e facilidades para instalação de novas empresas, e houve bom resultado.

É necessário investimento neste aspecto.

O Secretário Tom Lyra é bem dinâmico, sabe fazer este marketing, mas o surgimento pandemia, após sua posse na Secretaria de Indústria e Comércio do Estado, deve ter atrapalhado muito suas ações.

5- Estamos caminhando para o final do ano, qual sua avaliação da economia do Tocantins até o presente momento?

J A – O agronegócio será a “salvação da lavoura” de nossa economia neste ano. Graças à tecnologia, há produtores que conseguiram colher três safras. A indústria da carne enfrentou dificuldade para conseguir animais aptos ao abate e a turbulência nas exportações para alguns países, o turismo parou, enquanto o comércio os serviços estão se reerguendo, mas com grande sofrimento.

6- Quais as expectativas que projeta para economia Tocantinense para o ano de 2021?

J A – Há expectativa de boa safra 2020/2021, A construção civil também deve ter bom desempenho, inclusive motivado pelos juros baixos para o segmento habitacional. O turismo, certamente ainda padecerá um tempo, tanto meios hospedagens, quanto restaurantes e espaços para eventos, até a existência de tratamento ou vacina mais confiáveis para o Coronavírus. O comércio e a prestação de serviços diversos devem ter desempenho bem melhor que neste ano, apresentando boa recuperação.

7- Como os ensinamentos de Jesus podem nos ajudar a transpor as dificuldades inerentes aos negócios?

J A – Acima de tudo “Não tenhais medo!” Vemos esta expressão diversas vezes na Bíblia, mas vamo-nos ater ao que Jesus falou a Pedro e seus colegas pescadores. (Mateus, 14,22-33). Sintetizando: Jesus vinha andando sobre as águas, ao encontro dos discípulos que estavam na barca. Eles ficaram apavorados, pensando tratar-se de um fantasma. Jesus disse: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo. Pedro pediu e Jesus lhe concedeu ir ao seu encontro, também andando sobre as águas. Mas Pedro teve medo, e não se afogou porque Jesus o segurou pela mão. Pedro teve medo, isto é, perdeu o foco, para de mirar o seu objetivo e o poder que lhe impulsionava a andar sobre as águas: Jesus. Não podemos deixar que o medo irracional ou motivos outros, desviem nosso foco. Quando se fala de medo não estamos dizendo que não se deva ter cautela, prudência, mensurar riscos e probabilidades.

8- Como a senhor avalia a importância do PORTAL ECONOMIABR    no Tocantins, o portal de notícias que mais cresce no estado, como instrumento de informação e debate, sendo o elo entre as instituições e a sociedade, para a melhoria da economia do estado?

J A – Vejo com grata satisfação o crescimento que o Portal vem obtendo, graças à contribuição que traz não só a empresários e técnicos, mas a todas as pessoas interessadas em acompanhar assuntos da economia do Tocantins sem partidarismo ou passionalismo, imparcialmente.

Parabéns!


MENSAGEM PARA A TOCANTINS

Nós, tocantinenses natos ou adotados, não podemos desperdiçar as oportunidades que tivermos de contribuir para desenvolvimento deste Estado. Uns aparecendo, outros anonimamente, mas todos se realizando pela convicção de que está contribuindo com o melhor que pode.

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