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ENTREVISTA EXCLUSIVA COM MARIVALDO MELO SUPERINTENDENTE DO BASA

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ENTREVISTA EXCLUSIVA COM MARIVALDO MELO SUPERINTENDENTE DO BASA, COM UM PAPO DESCONTRAÍDO, FALA SOBRE OS AVANÇOS QUE CONSEGUIU COMO PRESIDENTE E SUPERINTENDENTE DO BANCO, LEVANDO A INSTITUIÇÃO AOS 139 MUNICÍPIOS.

1-  Desde quando assumiu a superintendência regional do Tocantins do Basa, qual era o seu maior desafio e por quê?

Quando eu assumi a primeira vez a superintendência no Tocantins, foi em 2013, cheguei aqui eu lembro muito bem, não conhecia ninguém, não conhecia nada do Tocantins. Antes de vir coloquei no Google e vi a cidade de Palmas e não tinha nem ideia como era a cidade.

Primeiro me encantei muito com o potencial do estado, me encantei muito com Palmas, pessoal falava que Palmas é muito quente e é quente mesmo.  Mas aqui tem outras vantagens, conheço a região norte toda e Palmas é uma das melhores cidades para se morar.

Quando eu assumi tive vários desafios, o primeiro foi ter maior capilaridade, atingir os 139 municípios, priorizar os pequenos, pulverizar as operações e não concentrar. Eu fiquei aqui de 2013 a 2015 e conseguimos fazer aqui muitas coisas.

Nestes três anos triplicamos o volume de recursos, o número de operações, mas faltou um pouco da agricultura familiar. E a agricultura familiar, hoje, ainda continua sendo o maior desafio por conta de que a agricultura familiar precisa ainda criar uma cultura, precisa muito de assistência técnica, precisa muito de que o produtor possa melhorar a sua percepção em relação aos negócios.

Ele tem que criar esta cultura, esta consciência de como produzir, a qualidade, o que precisa o mercado, porque o pequeno produtor aqui está muito concentrado, e ele pensa muito em criar em 100 ha criar gado de corte, isso não dá resultado, a gente sabe disso.

Conseguimos chegar aos 139 municípios neste primeiro momento e daí eu fui alçado presidente do banco e isso foi um desafio muito grande. Mas como eu já tinha experiência e a minha gestão de outubro de 2015 a abril de 2018, foi muito proveitosa, porque eu já conhecia o banco e sabia aonde atacar as necessidades que o banco tinha, cheguei na presidência e coloquei isso em pratica.

E o que nós fizemos (interrogação) qual era o desafio maior: termos maior agilidade (desafio do banco inteiro), termos maior velocidade nas análises do FNO, então nós concentramos todos os nossos esforços, tiramos todos os projetos que estavam em pauta, que estavam sendo trabalhados, tudo foi concentrada na agilidade, nos processos internos de análise do FNO.

E ai veio a central de crédito, foi um processo longo, doloroso, com muita resistência interna e externa, governadores, senadores e deputados questionando esse novo modelo de análise dos processos do FNO.

A primeira central de crédito que criamos foi no Acre, e as pessoas achando que por eu ser de lá, eu estava tentando beneficiar aquele estado. Ao contrário, foi uma questão estritamente técnica, porque o Acre era o menor estado e tinha a menor quantidade de operações e a gente iria com certeza azeitar esta central de crédito para que a gente pudesse dar agilidade ao FNO, e foi aí que nós tivemos esta grande experiência. Passamos lá este primeiro ano todinho testando.

Pois, se fossemos colocar esta central de crédito no Tocantins ou no Pará, iria dificultar muito o resultado do banco, porque era um processo de experimento. E quando vamos fazer um experimento, precisamos começar com um piloto menor e graças a Deus deu muito certo.

O que é a central de crédito (interrogação) O banco tinha um modelo nas suas agências que deixava 70 % no Bank Office, que é a parte operacional e só 30% para negócios. Então a agência era extremamente ineficiente, porque se perdia nos processos internos e não focava nos negócios, em captar negócios, em atender clientes, e daí nos invertemos, com a central de crédito nós tiramos todo esse pessoal do Bank office e colocamos numa central aqui em Palmas. Nossa central tem 120 funcionários e deixamos nas agências do interior somente a parte de captação, centralizamos os cadastros e o banco evoluiu muito com isso.

Quando cheguei aqui a gente aplicava 400 milhões, nos anos de 2019 e 2020 nós iremos aplicar um montante de 2 bilhões de reais. Se não fosse esse processo, este tipo de análise, hoje quase você não faz projetos e quase tudo é limite de crédito. E essa era a grande reclamação do FNO, as pessoas fugiam e hoje temos essa agilidade em fazer que o crédito se movimente. Era impensável movimentar este montante de 2 bilhões de reais com o processo antigo. Mas ainda falta muita coisa, ainda temos muito a caminhar, a atual diretoria está dando continuidade a este trabalho que nós começamos e me sinto muito orgulhoso em ver todo esse trabalho acontecendo, essa é verdadeira revolução do crédito no Banco da Amazônia.

Eu tive esse desafio quando cheguei aqui como superintende e depois voltei em 2019, reassumi a superintendência e o trabalho já estava bem consolidado e demos continuidade a esse trabalho. Cada dia e a cada ano a gente consegue ampliar o nosso carro chefe que é o agronegócio nas operações no Tocantins.

Mesmo num ano de pandemia, nós conseguimos avançar em mais de 35% em relação e o banco cresceu nas suas operações.

2- Como anda o fluxo financeiro do Banco no estado após estes seis de pandemia o saldo e positivo ou negativo?

Como eu falei, o fluxo foi extremante positivo, nós tomamos muitas medidas que ajudaram muito os nossos clientes a passarem por este momento.

A primeira medida que nós tomamos foi das operações da indústria, do comércio, dos serviços e do turismo em que foram suspensos os pagamentos.

Pagou-se até marco e a partir de abril foram suspensas as cobranças que eram feitas mês a mês e jogamos para 2021 e beneficiamos esse segmento com um fôlego de 8 meses, ajudando muito esse segmento que foi o mais afetado. Como segunda medida foi criada uma linha de crédito chamada FNO EMERGENCIAL, com a taxa de juros de 2% no valor de até 100 mil para capital de giro e até 200 mil para investimento com taxa de 2% ao ano.

Já passamos mais de 400 operações para comércio, serviço, indústria, turismo e empreendedor individual. Depois o governo federal lançou o PRONAMP, a senadora Katia Abreu foi uma das pessoas que lutou e continua lutando pelo PRONAMP. O governo do estado do estado ajudou muito no FNO EMERGENCIAL porque dependíamos do Ministério do Desenvolvimento regional decretar estado de emergência e o governo do estado foi muito eficiente, fomos o primeiro estado da região norte a ter o reconhecimento do estado de emergência, saindo assim, na frente na aplicação do FNO.

E o agronegócio aumentou de volume em 35% fechando o ano com 1 bilhão e 200 milhões em aplicações, com mais de 1.200 operações de crédito. Tudo isso é extremamente positivo e temos indicadores de que o Tocantins vai crescer mais do que o esperado, crescendo mais de 3, 5 % em 2021, sendo muito bom para os negócios.

3-  Como está o volume do microcrédito deste ano em comparação ao ano 2019?

Conseguimos avançar com o microcrédito, criando nesse ano de 2020 a primeira unidade de micro finanças do estado em Araguaína, com o apoio do prefeito Ronaldo Dimas e criaremos a outras unidades em Palmas, com o apoio da prefeita Cintia Ribeiro e, em Gurupi, com o apoio do prefeito Laurez Moreira e em seguida Paraiso e Porto Nacional.

A micro finança irá permitir muito mais agilidade, sendo totalmente digital, com consultores da AMAZONCRED, auxiliando os empreendedores que nunca tiveram uma conta no banco, facilitaremos abrindo a conta de negócios e o aval solidário com orientação do crédito.

Este microcrédito orientado é uma inovação do BASA em relação a este ano de 2020, sendo totalmente digital, não necessitando da ida ao banco para solicitar ou liberar o crédito.

Temos expectativa em aplicar este sistema digital no PRONAF até dezembro de 2020. Um dos problemas que temos é a inadimplência dos municípios junto ao PRONAF que passa dos 10% e existe uma trava em relação a isso.

4- Qual cenário o senhor projeta para o banco até fim do ano?

Projetamos um cenário extremamente positivo pelos números que temos até agora, com o fechamento do primeiro semestre em 1 bilhão e 200 milhões.

Lógico que o comércio, os serviços e a indústria foram muito afetados, mas o banco tomou as medidas necessárias para que pudéssemos dar oportunidade e darmos o fôlego para que essas empresas possam se recuperar.

Muitas pequenas empresas que já vinham em dificuldade, essas irão sofrer muito mais, pois não estavam organizadas e nem preparadas para este momento, piorando assim, o cenário.

A parte de hotelaria já não estava muito bem e com essa situação da pandemia piorou muito mais. Mas na parte do agronegócio o cenário está extremante positivo, nunca esteve tão positivo como está agora, um dado importante foi quando cheguei aqui em 2013, o plano SAFRA contratava todos os bancos e não apenas o Banco da Amazônia, girando em torno de 1 bilhão e hoje o plano SAFRA no índice que encerrou agora em julho de 2020, movimentou mais de 4 bilhões e 100 mil, em sete anos quadriplicou o volume de crédito, então, o Tocantins está com as perspectivas muito positivas.

5- Como a senhor avalia a importância do PORTAL ECONOMIABR do Tocantins, como instrumento de informação e debate, sendo o elo entre sociedade é as instituições, para a melhoria da economia e do agronegócio  do estado do Tocantins?

Gostaria de parabeniza-lo por criar um portal que fale de economia que é tão necessário para podermos repassar informações dos números dos negócios no Tocantins.

Muito salutar este tipo de comunicação para os empreendedores que querem crescer e estar antenados nas novidades. Imagine só o que mudou na nossa vida, na economia e na tecnologia, hoje as pessoas que não tem formação, as empresas e empreendedores que não absorvem as mudanças não tem como sobreviver no mercado.

O portal EncomiaBrBrasil é extremamente importante para que as pessoas possam enxergar para onde o mercado está indo. Nós temos que criar o negócio não pra gente mas para atender estritamente a necessidade do mercado. Parabéns pela inciativa e muito sucesso.

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