O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) solicitou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorização para exercer seu mandato de forma remota, a partir dos Estados Unidos, onde reside desde março deste ano. O pedido foi formalizado em um ofício enviado nesta quinta-feira (28/8).
A solicitação ocorre porque a licença parlamentar de 120 dias concedida a Eduardo expirou em 20 de julho. Desde então, o parlamentar passou a acumular faltas não justificadas, já que não retornou ao Brasil para reassumir suas atividades presenciais na Câmara.
“Durante o período do Carnaval, viajei aos EUA levando apenas uma pequena mala, em caráter predominantemente privado. Ainda no decorrer dessa viagem, surgiram notícias de que minha atuação internacional estava incomodando a ponto de se cogitar a cassação do meu passaporte e a imposição de outras medidas restritivas. Certo de que não poderia correr o risco de interromper esforços diplomáticos tão relevantes, decidi permanecer em território norte-americano em licença não remunerada, direito assegurado a qualquer parlamentar”, justificou o deputado.
No documento, divulgado em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro alega ser vítima de uma “perseguição política” que, segundo ele, o impede de exercer seu mandato no Brasil. Ele afirma atuar na diplomacia parlamentar e solicita a criação de mecanismos que permitam sua participação remota nas atividades da Câmara, em respeito ao mandato conferido pelas urnas.
O parlamentar também cita precedentes da própria Casa durante a pandemia de Covid-19, quando foi permitido aos deputados participar de sessões e votações de forma virtual. Para ele, o atual cenário político, que classifica como uma “crise institucional”, justificaria a adoção de medida semelhante.