Em duas décadas, área com tecnologia de irrigação cresceu 120%
A área irrigada no Brasil cresceu 249,2 mil hectares em 2020, ou 19% mais que no ano anterior, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O número havia sido antecipado em dezembro ao Broadcast Agro pelo diretor-presidente da Valmont no Brasil, Renato Silva, também presidente da CSEI. A Valmont é uma das líderes no mercado nacional. A área irrigada total chegou a 6,482 milhões de hectares no ano passado, 4% acima do apurado em 2019
Dos 249,2 mil hectares que passaram a ser irrigados no País, 117 mil receberam a tecnologia de irrigação por aspersão com pivô central, alta de 20% ante os 97,5 mil novos hectares de 2019. Outros 78,8 mil hectares corresponderam à irrigação localizada por gotejamento ou microaspersão (+15% na comparação anual); 37,2 mil hectares foram irrigados por aspersão convencional, fixa, tubo PVC ou canhão (+20%) e 16,3 mil foi por aspersão com carretel (+30%). “O aumento significativo (de 18,9% em área adicional) se deve à alta das commodities no mercado internacional em dólar, aliada à desvalorização do real”, disse Silva em nota.
Em 21 anos, a área irrigada no Brasil cresceu quase 120%. Em 1999, eram quase 2,950 milhões de hectares irrigados, segundo dados divulgados pelo professor Demétrios Chistofidis, da Universidade Nacional de Brasília (UNB), e compartilhados pela Abimaq. Os incrementos médios de área por ano aumentaram nas últimas décadas, explica Silva no comunicado. Nos anos 1980, a área irrigada avançava em média 50 mil hectares por ano; nos 1990, passou a aumentar em cerca de 100 mil hectares/ano; na década de 2000 foi para 150 mil ha/ano e, de 2010 a 2020, houve incremento aproximado de 250 mil hectares a cada ano.
“Poderíamos crescer acima de 350 mil hectares. No entanto, para continuarmos expandindo, precisamos avançar em processos de outorga de águas, de licenciamento ambiental, autorização de pequenas barragens, assim como continuar investimentos em infraestrutura, como energia elétrica e logística”, argumentou o executivo (Broadcast, 17/2/21)