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E as previsões, a quantas anda você?

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Nestas últimas quatros semanas tenho acompanhando críticas, falta de conhecimento e por vezes má-fé de alguns especialistas “não meteorologistas” que utilizam a ciência meteorológica como ferramenta para seus “cases” de sucessos.

Evidente, que pela época ano, estas críticas têm vindo de alguns setores da agricultura e diante da necessidade de chuvas para tomada de decisão quanto ao plantio da cultura da soja tem sido veiculada sem as devidas ponderações necessárias.

Penso que ainda falta conhecimento para a maioria dos usuários de modelos de previsão de tempo, em especial, os do setor agrícola.

Estamos com o período chuvoso estabelecido e em sua plenitude para algumas regiões brasileiras, apesar da atuação de um dos maiores moduladores de chuvas na América do Sul, o fenômeno meteorológico, La Niña. Que se dá pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, cuja assinatura clássica na literatura, é a falta de chuvas regulares na região Sul. E de fato, é o que estamos acompanhando naquela região.

A complexidade dos modelos matemáticos é inerente a todos os processos físicos da atmosfera, que se mantém em constantes mudanças e em interação com os oceanos e continentes.

Também é de se esperar, que a distribuição das chuvas seja diferente, em termos espaciais entre regiões.

E este fator já é sabido de todos. Vamos exemplificar regionalmente, com os diferentes volumes pluviométricos registrados e observados entre Palmas e o Taquaralto, ou até mesmo entre as quadras do nosso plano diretor.

A assertividade dos modelos matemáticos também é conhecida. Por se tratar de probabilidades, o erro também é conhecido.

Criticar a assertividade dos modelos matemáticos agora, é simplesmente, um equívoco ou é um sinal que a atmosfera está mais caótica e imprevisível do que antes. Considerando que estes modelos já estão calibrados e ajustados. 

A variabilidade climática são oscilações em torno da média em curto prazo (entre anos), quando comparada a média de longo prazo (a normal climatológica, que é a tendência de um conjunto de dados com no mínimo de 30 anos).

Somente essa variabilidade garante que cada ano seja ímpar tanto na quantidade de chuvas, como as temperaturas.

É normal também, que as previsões venham a sofrer mudanças de um dia para outro. Afinal, a atmosfera não tem intervalo para descansar e quem dera dormir.  As previsões de até 07 dias são mais confiáveis, com 15 dias requer mais acompanhamento, com 30 dias é melhor jogar na loteria.    

Para conhecimento de todos, a base da modelagem numérica é única!

A previsão que chega no seu “smartphone”, se trata apenas de uma customização das diferentes empresas, institutos e parcerias. 

Olhar para seu aplicativo de tempo no seu “smartphone”, olhar para o céu e constatar que realmente está chovendo é surpreendente e que nos leva a crer, por vezes, que aquela informação, é em tempo real.

Mas, em verdade é produto da modelagem de previsão de tempo.

Modelos europeus, asiáticos, americanos, brasileiros se valem da grande massa de dados coletadas em todo o mundo, oriundas das estações meteorológicas localizadas na superfície da terra e nos oceanos, dos radares, satélites e dos balões meteorológicos que são enviados e administrados pela Organização Mundial de Meteorologia-OMM.

E o amigo leitor deve estar se perguntando “O que tem eles de diferente então?”

A resolução, a calibração e o ajuste dos inúmeros parâmetros.

O entendimento das complexidades envolvidas nas modelagens de previsão de tempo, bem como, suas limitações são essenciais para aqueles que se utilizam destas informações.

Se os usuários não entenderem o mínimo!

Não adianta o modelo ter “DNA” gringo.

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