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Duas pestes e desastres naturais: o Acre pede socorro

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Com uma taxa de ocupação de leitos de UTIs de 91,5% e um aumento de 80% no número de óbitos pela Covid-19 nos últimos 15 dias, em comparação à quinzena anterior, o Acre também enfrenta um surto de dengue e enchentes. As cheias dos rios, que desabrigaram mais de 6 mil pessoas nos últimos dias, vêm batendo recordes – pelo menos dez munícipios estão debaixo d´água.

Nesta quarta, dia 24, o presidente Jair Bolsonaro deve fazer uma visita oficial ao Acre, que entrou em estado de calamidade pública nesta segunda, dia 22. O Palácio do Planalto também anunciou a liberação de 450 milhões de reais em créditos extraordinários voltados a ações da Defesa Civil no estado, por meio de uma medida provisória assinada nesta segunda.

A capital Rio Branco também foi atingida pelas enchentes. Pelo menos dez bairros foram inundados com a cheia do Rio Acre, que cruza a cidade. Em outros municípios, como Cruzeiro do Sul, a situação também é extremamente preocupante – o transbordamento do Rio Juruá, principal via fluvial da região, chegou ao nível máximo, atingindo 14,3 metros de profundidade, mais de 2 metros acima do normal.

Nessa época do ano, normalmente chove na região amazônica, mas dessa vez as precipitações têm sido mais intensas. O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), tem chamado atenção para o problema. “O que estamos vivenciando aqui é, realmente, uma situação de calamidade humanitária. São vários problemas em uma hora só”, disse Cameli.

Dengue e refugiados

Com o fechamento da fronteira do Peru com o Brasil, por causa do coronavírus, o Acre também lidando com um aumento no número de refugiados da Venezuela e do Haiti. Os imigrantes tinham como destino o Peru, que vem conseguindo controlar a pandemia melhor do que o Brasil. O governo peruano comprou 20 milhões de doses da vacina da Pfizer,14 milhões da AstraZeneca e 1 milhão da Sinopharm. O Peru, com 33 milhões de habitantes, tem 1 milhão de casos da Covid-19, diante de 11 milhões do Brasil.

Mais de 450 refugiados estão acampados na cidade de Assis Brasil, na fronteira do Acre com o Peru. A prefeitura local tem destinado alimentos e água para os imigrantes, de acordo com informações da gestão municipal.

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