Custos de produção na pecuária: a importância de fazer contas e avaliar a relação entre produtividade e rentabilidade
Ser capaz de calcular e analisar de maneira racional os custos de produção, levando em conta os reflexos na produtividade, representa um desafio real para grande parte dos gestores na pecuária. Ao fazer isso, é possível mapear todos os gastos, analisar a distribuição dos custos, mas principalmente entender o verdadeiro impacto da correta aplicação de tecnologia.
Para calcular o custo de produção, é preciso levantar todas as despesas, que compõem os chamados custos variáveis, além de realizar o balanço patrimonial da fazenda, que, por sua vez, irá compor o que chamamos de custos fixos (depreciação).
Os custos variáveis alimentam o fluxo de produção e podem ser divididos em duas vertentes: custos variáveis diretos e indiretos .
Os custos diretos são aqueles que variam de forma proporcional à escala de produção, por exemplo, os gastos com compra de animais em sistemas de recria/engorda, além de nutrição e vacinas.
Já os indiretos, não variam necessariamente conforme a escala produtiva, e podem ser representados pelas despesas com mão-de-obra, e alguns insumos, como as sementes, por exemplo. Em outras palavras, o aumento da quantidade de animais na fazenda não implica em aumento proporcional dos gastos mencionados.
Por fim, os custos fixos derivam dos investimentos em ativos presentes na fazenda. São basicamente aqueles ativos que estarão presentes por mais de um ciclo de produção na fazenda, a exemplo de cercas, maquinários, construções. De posse do valor inicial e final destes ativos, bem como da sua vida útil, é possível calcular a depreciação originária destes, dividindo a diferença entre o valor inicial e final do ativo pela sua vida útil, em anos.
“Ter um bom entendimento das despesas, além da revisão periódica do balanço patrimonial, é fundamental para uma adequada análise de retorno do investimento em tecnologia e seus impactos sobre o resultado.” Gustavo Aguiar, Coordenador de Marketing da Barenbrug.
A soma dos custos fixos e variáveis gera os custos operacionais da atividade. Dividindo o custo operacional total pela produção na propriedade chega-se, então, ao custo da produção unitário. O lucro operacional é a diferença entre o valor de venda (receita) e o custo operacional apurado.
Para analisar o retorno do investimento em tecnologia, é fundamental entender que o aumento da produtividade (produção por área) nem sempre é acompanhado de um incremento tanto do custo variável indireto, quanto do custo fixo, no mesmo ritmo.
De qualquer forma, tudo parte de uma apuração correta de custos, não apenas para computar o custo final da operação, mas para compreender se o investimento em qualquer tecnologia é viável e eficiente. Sem isso, nenhuma avaliação é possível.
Aí reside o segredo das fazendas de sucesso, aquelas que entenderam que a chave para resultados superiores é o investimento racional naquela tecnologia que faz sentido para sua realidade.