O agronegócio, pilar central da economia brasileira, encontra-se em um cenário desafiador, marcado por preços baixos e altos custos de produção.
Além disso, a recente escalada na taxa de juros. Consequência da desastrosa política econômica do atual Governo, também tem afetado e desestimulado duramente o setor.
A combinação desses fatores tem gerado impactos significativos ao agronegócio, comprometendo o acesso ao crédito rural, postergando a capacidade e aumento da produção.
Com o objetivo de conter a inflação e, ainda que minimamente estabilizar a economia, recentemente o Banco Central elevou a taxa Selic para 12,25% a.a. Contudo, a medida impactou diretamente o custo do crédito para todos os setores, incluindo o agronegócio.
A alta da taxa Selic elevou os juros cobrados pelos bancos e tornou o crédito mais caro para os tomadores. O que resultou na limitação da capacidade de investimento em novas tecnologias, maquinários, sementes e insumos essenciais para o aumento da produtividade.
Além dos problemas com a alta dos juros, os produtores ainda enfrentam problemas com o Plano Safra. Principal programa de crédito rural, que poderia conter um pouco dos danos. Pois tem papel fundamental na oferta de recursos financeiros ao agronegócio. No entanto, embora tenha sido anunciado pelo Governo Federal como o maior plano safra da história, o crédito não tem chegado aos produtores.
Em um ambiente de instabilidade econômica e com frequente aumento na taxa de juros, as consequências são graves para os brasileiros. Pois, desestimula os investimentos e planejamento a longo prazo, torna mais elevados os custos de produção, e por consequência, os alimentos ficam cada vez mais caros e escassos nas prateleiras dos supermercados.
Nos próximos anos, é certo que o setor agrícola terá relevante redução no seu desempenho. O que vai resultar em um freio na atividade econômica. Podendo desencadear desemprego, aumento na informalidade no campo, diminuição ou estagnação da produção, e ainda contribuir para o aumento da insegurança alimentar dos mais pobres.
Diante do cenário desafiador e das incertezas, para conter a alta nos preços dos alimentos, é urgente que o governo adote medidas de corte de gastos e abrace metas que promovam uma rápida aceleração do Plano Safra. Se tais medidas não forem tomadas com urgência, o Brasil poderá mergulhar em uma profunda crise econômica, onde os mais vulneráveis pagarão o maior preço.
Hidekazu Oliveira é advogado especialista em direito agrário e ambiental.
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