Com a queda dos juros, o que vale a pena: alugar ou financiar sua casa?
Ter um imóvel próprio ainda é o sonho de milhões de brasileiros. Com a recente redução da taxa básica de juros, a Selic, as taxas de financiamento imobiliário também caíram nos últimos anos. Em 2015, quando a Selic estava em 14,5% ao ano, a taxa do financiamento imobiliário era de cerca de 10% ao ano. Hoje, com a Selic em 2,25%, os cinco maiores bancos do país (Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa) cobram entre 6,99% e 7,30% ao ano.
Com as taxas mais altas, era comum ouvir de especialistas de finanças que pagar um aluguel era mais vantajoso que tomar um financiamento imobiliário. Isso porque os juros que incidiam sobre o crédito bancário eram muito altos e pesavam no bolso. Ao mesmo tempo, que as aplicações financeiras tinham uma rentabilidade maior. Ou seja, com pouco de paciência, quem investia conseguia o valor do imóvel e não ficava com a renda comprometida por muitos anos.
Mas será que este cenário mudou com a queda de juros? A resposta é não. Pagar aluguel e investir o dinheiro continua sendo a melhor opção do que fazer um empréstimo com o banco – provamos isso com três simulações abaixo.
Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar, explica a diferença é que hoje os investidores devem se esforçar muito mais do que no passado para ter uma rentabilidade maior que a Selic. “Há uns anos atrás, o brasileiro conseguia retornos atrativos fazendo pouco esforço, com a aplicação na renda fixa, por exemplo. Hoje, ele tem que diversificar mais e tomar mais risco. Não pode ter um perfil conservador.”
Quem faz um financiamento imobiliário deve considerar também o chamado custo efetivo total (CET) da operação, que além dos juros nominais do empréstimo, engloba ainda taxas, tarifas administrativas e de crédito, custos de seguros e tributos. Os bancos têm autonomia para cobrar o quanto quiserem, contanto que o CET não ultrapasse o teto de 12% ano em contratos do Sistema Financeiro de Habitação para linhas de crédito corrigidas pela TR.
Outro fator que deve ser considerado é o percentual valorização do imóvel. É comum ouvir de que quem compra casa ou apartamento sobre quanto o imóvel pode se valorizar futuramente. A afirmativa não está errada, mas muitas vezes o percentual esperado sim. Dados do Fipezap apontam que nos últimos seis anos, os imóveis valorizaram cerca de 4% ao ano. Só que a expectativa do mercado era que de 6%.