Coluna Fala Contador! Os impactos da substituição da jornada 6×1 pela 4×3
Nos últimos meses, muito se discute sobre modelos de jornada de trabalho que conciliem produtividade e qualidade de vida. O regime 6×1 – seis dias de trabalho para um de descanso – ainda é o mais utilizado no Brasil, principalmente em setores como comércio, serviços e indústria. Mas imagine se esse modelo fosse substituído pelo 4×3, em que o colaborador trabalha quatro dias seguidos e descansa três. Quais seriam os impactos para as empresas e trabalhadores?
Do ponto de vista do trabalhador, a mudança representaria um ganho significativo em qualidade de vida. Três dias de descanso consecutivos possibilitam maior tempo para lazer, família, estudos e até para o descanso físico e mental. Essa pausa mais longa pode contribuir para reduzir o estresse, afastamentos médicos e até o turnover. Além disso, a tendência mundial é caminhar para modelos mais flexíveis de jornada, e o 4×3 dialoga com essa perspectiva.
Por outro lado, para as empresas, os efeitos são mais complexos. O primeiro impacto seria na carga horária semanal: enquanto a escala 6×1 garante 44 horas semanais previstas pela CLT, a 4×3 demandaria ajustes para manter o mesmo número de horas ou implicaria em redução de carga, com possível aumento no custo da mão de obra. Muitas vezes, seria necessário contratar mais funcionários para cobrir as folgas, elevando a folha de pagamento.
Outro ponto crítico é a logística operacional. Em setores que exigem funcionamento contínuo, como supermercados, hospitais ou fábricas, a escala 4×3 pode gerar lacunas na cobertura de turnos se não houver planejamento detalhado. A ausência de pessoal em dias consecutivos de descanso pode comprometer prazos e metas de produção.
Também não se pode esquecer da questão legal. A CLT estabelece limites claros para a duração do trabalho e do descanso semanal remunerado. Qualquer alteração que se afaste da regra padrão precisa ser prevista em convenções ou acordos coletivos, sob risco de autuações trabalhistas e passivos futuros.
Em resumo, a inexistência da escala 6×1 em favor da 4×3 traria benefícios evidentes para a saúde e satisfação dos colaboradores, mas exigiria das empresas uma profunda reorganização de custos, processos e contratos. A grande questão que fica é: estamos preparados, como sociedade e mercado, para trocar volume por qualidade?
Se por um lado a produtividade pode se manter ou até aumentar pela motivação do trabalhador, por outro, o custo de adaptação pode ser um obstáculo significativo, especialmente para micro e pequenas empresas. O debate está aberto – e precisa ser feito com equilíbrio, olhando para o futuro das relações de trabalho no Brasil.
Alex Barros – Sócios Fundador das empresas: CETEC – Gestão Contábil e ACB – BPO Financeiro, Consultor Nacional do Sebrae, Ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de Dianópolis, Ex-Chefe do Controle Interno da Prefeitura de Dianópolis, Ex-Coordenador e Professor da Fades e Unitins.
Nos últimos meses, muito se discute sobre modelos de jornada de trabalho que conciliem produtividade e qualidade de vida. O regime 6×1 – seis dias de trabalho para um de descanso – ainda é o mais utilizado no Brasil, principalmente em setores como comércio, serviços e indústria. Mas imagine se esse modelo fosse substituído pelo 4×3, em que o colaborador trabalha quatro dias seguidos e descansa três. Quais seriam os impactos para as empresas e trabalhadores?
Do ponto de vista do trabalhador, a mudança representaria um ganho significativo em qualidade de vida. Três dias de descanso consecutivos possibilitam maior tempo para lazer, família, estudos e até para o descanso físico e mental. Essa pausa mais longa pode contribuir para reduzir o estresse, afastamentos médicos e até o turnover. Além disso, a tendência mundial é caminhar para modelos mais flexíveis de jornada, e o 4×3 dialoga com essa perspectiva.
Por outro lado, para as empresas, os efeitos são mais complexos. O primeiro impacto seria na carga horária semanal: enquanto a escala 6×1 garante 44 horas semanais previstas pela CLT, a 4×3 demandaria ajustes para manter o mesmo número de horas ou implicaria em redução de carga, com possível aumento no custo da mão de obra. Muitas vezes, seria necessário contratar mais funcionários para cobrir as folgas, elevando a folha de pagamento.
Outro ponto crítico é a logística operacional. Em setores que exigem funcionamento contínuo, como supermercados, hospitais ou fábricas, a escala 4×3 pode gerar lacunas na cobertura de turnos se não houver planejamento detalhado. A ausência de pessoal em dias consecutivos de descanso pode comprometer prazos e metas de produção.
Também não se pode esquecer da questão legal. A CLT estabelece limites claros para a duração do trabalho e do descanso semanal remunerado. Qualquer alteração que se afaste da regra padrão precisa ser prevista em convenções ou acordos coletivos, sob risco de autuações trabalhistas e passivos futuros.
Em resumo, a inexistência da escala 6×1 em favor da 4×3 traria benefícios evidentes para a saúde e satisfação dos colaboradores, mas exigiria das empresas uma profunda reorganização de custos, processos e contratos. A grande questão que fica é: estamos preparados, como sociedade e mercado, para trocar volume por qualidade?
Se por um lado a produtividade pode se manter ou até aumentar pela motivação do trabalhador, por outro, o custo de adaptação pode ser um obstáculo significativo, especialmente para micro e pequenas empresas. O debate está aberto – e precisa ser feito com equilíbrio, olhando para o futuro das relações de trabalho no Brasil.
Alex Barros – Sócios Fundador das empresas: CETEC – Gestão Contábil e ACB – BPO Financeiro, Consultor Nacional do Sebrae, Ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de Dianópolis, Ex-Chefe do Controle Interno da Prefeitura de Dianópolis, Ex-Coordenador e Professor da Fades e Unitins.
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