Quando pensamos no modelo ideal de político para o Tocantins ou para o Brasil, é natural nos depararmos com uma questão: será que existe algo como o “político perfeito”? Essa figura idealizada, quase heroica, parece mais um sonho distante do que uma solução prática para os desafios do dia a dia.
Prefiro deixar de lado o idealismo e focar em algo concreto: o que Palmas e nosso estado precisam não é de super-heróis, mas de pessoas coerentes, comprometidas e sensíveis às demandas urgentes do presente, sem perder de vista as necessidades futuras. Responsabilidade e coerência devem guiar quem assume a nobre – e pesada – tarefa de fazer política, especialmente em um cenário como o nosso.
Tomemos como exemplo a Praça dos Girassóis, um dos cartões-postais da capital. Diariamente, eu frequento a Catedral do Divino Espírito Santo, localizada ali, e me deparo com uma realidade que reflete o descaso público: postes apagados que deixam a área em completa escuridão, uma sensação de insegurança e abandono. Esse não é um problema recente ou passageiro, mas uma constante que evidencia o pouco cuidado com o espaço público.
A Praça dos Girassóis, a segunda maior da América Latina, deveria ser um símbolo de orgulho e pertencimento para a população. No entanto, carece de uma ocupação que a torne verdadeiramente viva. É uma praça figurativa, sem usos significativos que conectem as pessoas ao espaço. Some-se a isso o abandono na manutenção da iluminação, do paisagismo, da limpeza, do calçamento de pedra portuguesa e até do asfalto que circunda a área.
A desordem é generalizada: veículos estacionam sobre os canteiros, a sinalização é insuficiente e a fiscalização é inexistente. Um espaço tão simbólico, que poderia atrair turistas e servir como ponto de convivência para os moradores, é relegado ao esquecimento. Não há justificativa para isso.
Quando falamos sobre políticos, precisamos reconhecer que eles têm uma responsabilidade gigantesca. Seu papel não é ser ideal ou perfeito, mas estar atento às necessidades da população e atuar com eficácia para resolvê-las. Um bom político deve escutar, entender as demandas de quem vive no território e agir de forma sensível e prática.
Política não é uma profissão fácil, mas é uma das mais nobres. Palmas precisa de gestores que enxerguem além da burocracia e dos discursos e que cuidem dos espaços públicos como uma extensão da qualidade de vida dos cidadãos. Mais do que grandes obras, é o cuidado com os detalhes que transforma uma cidade em um lugar onde as pessoas desejam viver e prosperar.
Se queremos um futuro melhor para Palmas e para o Brasil, precisamos exigir mais ação e menos descaso. Não há espaço para o comodismo ou para discursos vazios. O que precisamos é de coerência, responsabilidade e visão. Nada de perfeição. Apenas o básico – mas feito com excelência.
Alex Andrew
Presidente da Juventude do Partido Novo TO
@eualexandrew
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