A ministra Cármen Lúcia autorizou, nesta quarta-feira, a abertura de inquérito contra Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. A ministra atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviado no dia 31 de maio ao Supremo Tribunal Federal.
O pedido, assinado pelo vice-procurador-geral da República Humberto, Jacques de Medeiros, teve origem da notícia-crime apresentada pelo delegado Alexandre Saraiva, ex-chefe da Polícia Federal no Amazonas, que foi exonerado do cargo após acusar Salles de obstruir investigação ambiental e favorecer madeireiros investigados pela corporação.
“Indicaram-se, naqueles autos, diversos episódios de atuação desses servidores em descompasso com as recomendações técnicas, com o objetivo de promover a regularização de cargas exportadas irregularmente e apreendidas pelas autoridades americanas. Tal cenário evidencia, de forma ampla, a necessidade de aprofundamento investigativo dos fatos”, diz um trecho do despacho.
No pedido enviado ao Supremo, a PGR pediu autorização para convocar depoimentos do ministro, de proprietários rurais e de agentes de fiscalização do Ibama e da Polícia Federal relacionados à Operação Handroanthus. Também quer sinal verde para acessar a cópia dos procedimentos de fiscalização e investigação da operação.