Carla Zambelli diz estar nos EUA e que irá para a Itália: “Lá sou intocável”
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira, 3, que saiu do Brasil e está nos Estados Unidos. Depois do anúncio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu sua prisão preventiva e tramita em sigilo. Ela foi condenada a 10 anos de prisão por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli disse que está nos Estados Unidos e deve seguir rumo à Itália. Segundo a TV Globo, ela está fora do Brasil desde o dia 25 de maio. A deputada teria deixado o país pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR), onde não é exigido controle migratório e por isso não foi registrada pela Polícia Federal (PF). Ela seguiu para Buenos Aires, por onde deixou a América do Sul.
“Eu queria anunciar que estou fora do Brasil. Já faz alguns dias. A princípio, buscando um tratamento médico, é um tratamento que eu já fazia aqui [sem especificar o lugar]. Vou pedir afastamento do cargo”, disse a deputada ao canal da rádio AuriVerde no YouTube. No site da Câmara dos Deputados, ela ainda aparece como parlamentar em exercício.
Já à CNN, quando questionada sobre a possibilidade do pedido de prisão, ela afirmou que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, não poderia atingi-la na Itália.
“Tenho cidadania italiana e nunca escondi, se tivesse alguma intenção de fugir eu teria escondido esse passaporte. Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou Zambelli à CNN.
O pedido da PGR ocorreu em uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) e tramita em sigilo. Mesmo condenada, a defesa dela apresentou recursos contra a decisão da Primeira Turma da Corte. Os advogados dela afirmam que não tiveram acesso completo às provas e falam em “cerceamento de defesa”.
O STF determinou que ela perdesse o mandado, no entanto, ela continua com o cargo até que a perda seja concretizada pela Câmara dos Deputados. Mesmo assim, a determinação da inelegibilidade por oito anos está valendo.
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