Brasil importa menos agroquímicos em 2020
Foram importadas 668.386 toneladas de agroquímicos pelo Brasil no ano passado, de acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química. O resultado representa uma queda de 5.8% na comparação com as compras brasileiras de defensivos agrícolas no exterior em 2019, quando foram importadas 709.613 toneladas.
Em dólares, as importações brasileiras de pesticidas somaram USD 5,257 bilhões em 2020, de acordo com o relatório de acompanhamento da Abiquim. O valor significou uma baixa de 2,2% na relação com as compras externas brasileiras de fitossanitários, que totalizaram USD 5,374 bilhões em 2019.
Já as exportações de agroquímicos produzidos no Brasil foi imensamente inferior, somando 47.067 toneladas no ano passado, o equivalente a USD 327,513 mil. As cifras representaram uma queda de 5% sobre as 49.542 toneladas vendidas pelos brasileiros para mercados estrangeiros, que foram equivalentes a USD 367,383 mil. Em dólares a queda foi de 10,9%, resultado de uma grande desvalorização da moeda brasileira, o Real frente a moeda norte-americana.
No total geral de produtos químicos para todas as finalidades, o Brasil importou USD 41,4 bilhões em 2020, valor total pago pela aquisição das mais de 51,5 milhões de toneladas. Isso representou um recorde em volume importado pelos brasileiros ao longo de toda a série histórica de acompanhamento da Abiquim, que começou a ser registrada em 1989.
Na comparação com os resultados de 2019, foi registrada uma redução de 6,3% no valor monetário das importações, mas uma significativa elevação de 8,2% nas quantidades físicas adquiridas. De acordo com a Abiquim, isso ocorreu em função das graves conjunturas econômicas global e nacional decorrentes da pandemia de Covid-19.
Além dos agroquímicos, a Abiquim destacou os intermediários para fertilizantes, que foram perceptivelmente o principal item de importação. Foram compradas praticamente US$ 7,2 bilhões em 2020, equivalentes a 61,7% (31,8 milhões de toneladas) das 51,5 milhões de toneladas em compras externas de produtos químicos.
Os principais países fornecedores foram os asiáticos, particularmente China e Índia, que somados passaram a representar 35%, mais de um terço do total das compras brasileiras no ano passado.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, o ano de 2020 será lembrado com um momento em que todos, em especial a indústria química, concentraram seus esforços no enfrentamento dos desafios sanitários, econômicos e sociais impostos pela pandemia, garantindo pleno abastecimento para as diversas cadeias de valor e evitando o caos na vida diária das pessoas.
“Toda a indústria, particularmente a de transformação, teve, tem e continuará tendo papel decisivo no enfrentamento da pandemia e na transformação do movimento de retomada econômica em um sustentável ciclo de recuperação e crescimento. A indústria brasileira, sobretudo a química, é um ativo estratégico para o Brasil e deve ser amparada por políticas públicas consistentes, perenes e de Estado, especialmente em matérias econômicas e comerciais, elaboradas a partir de uma visão que garanta segurança jurídica capaz de assegurar um ambiente de negócios que lhe dê condições de demonstrar toda a sua já comprovada competitividade da porta para dentro. É fundamental resolver as limitações que o Custo Brasil apresenta para o exercício pleno de seu potencial produtivo”, destaca Marino.