No novo normal após a pandemia, a transformação digital está chegando com toda a força dentro das empresas e o escritor Sandro Magaldi, coautor do best-seller Gestão do Amanhã, alerta para uma grande armadilha que os profissionais podem cair: o velho no novo.
Durante o painel de encerramento do evento Big Business, organizando pela Cia de Talentos, ele explicou sobre esse conceito que fala em seus livros, dando como exemplo a chegada da televisão no Brasil na década de 1950.
“Quando surge a TV, a linguagem era a narrativa do rádio. Um programa popular eram as radionovelas. Na TV, queriam fazer a novela, mas faziam com todos de pé em frente ao microfone. Era o velho no novo. Até que trouxeram a linguagem inovadora das telenovelas como conhecemos hoje”, explica ele.
Segundo o escritor, manter o modelo mental de como fazíamos o trabalho antes é um risco para a inovação. Ele recomenda que os profissionais pratiquem o desapego das crenças que os trouxeram até aqui e do modo antigo de fazer as coisas.
De fato, enquanto no mundo pré-pandemia a maioria das empresas colocava em seus planos um dia de home office para testar nos próximos anos, todos tiveram de adaptar seus modelos de trabalho para o remoto da noite para o dia. Foi uma questão de sobrevivência.
No evento online, Magaldi estava acompanhado de Maira Habimorad, CEO do Utech, e Gustavo Caetano, CEO do Samba Tech. Todo o evento pode ser visto no canal da EXAME no YouTube.
A CEO da UTech conta que está criando sua empresa no meio desse cenário de mudanças, o que é apavorante e uma oportunidade para começar já questionando o que é mais moderno. Ela acredita que o futuro do mercado de trabalho funcionará a partir de três premissas: ser digital e humano, ter foco da liderança na transformação cultural e fazer o centro da gestão ser a experiência do cliente.
Após desapegar do antigo, com o que fica o profissional? Magaldi afirma que dentro das empresas é preciso priorizar a cultura do aprendizado. No lugar das regras certas, as companhias e as pessoas dentro delas precisam “aprender a desaprender para aprender o novo.” A ideia é que a pessoa saia de uma mentalidade fixa para abrir espaço a novos conhecimentos a todo momento.