Tecnologia brasileira em evidência: startup do Tocantins é selecionada para programa de bioeconomia na Alemanha

Com apoio da ApexBrasil, a NovaPlanta, de Gurupi (TO), internacionaliza sua tecnologia de cultivo de plantas in vitro em diferentes países da América Latina. O potencial da empresa foi reconhecido pela Embaixada do Brasil em Berlim, que a selecionou para participar do programa Amazônia: Bioeconomy Connections

O segmento de startups voltadas para o agronegócio é um dos que mais cresce no Brasil: o número de agritechs aumentou 40% em 2021 em relação a 2019, chegando a um total de 1.574. Pela alta qualidade da tecnologia brasileira, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) incentiva o setor a conquistar o mundo por meio de programas de qualificação e de promoção comercial das empresas. Exemplo disso é a NovaPlanta, do Sul do Tocantins, que está entre as cinco selecionadas para o programa Amazônia: Bioeconomy Connections, da Embaixada do Brasil em Berlim, na Alemanha.

A NovaPlanta, sediada em Gurupi (TO), é a primeira e única biofábrica do estado, formada por pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins. Por meio da micropropagação, a startup desenvolveu o cultivo in vitro de plantas criando mudas de diversas espécies, garantindo a qualidade e rastreabilidade de várias culturas, ajudando principalmente pequenos agricultores.

O objetivo inicial da empresa era aplicar a tecnologia junto a produtores da Região Norte, mas ao participar do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), em 2020, sua equipe gestora enxergou a possibilidade de ampliar seu trabalho. “Com o programa, vimos que, mesmo sendo uma empresa de apenas três anos de existência e de pequeno porte, poderíamos, sim, exportar. Desenvolvemos com os técnicos do PEIEX um plano para exportar nosso conhecimento através de consultorias e cursos on-line e hoje vendemos esse serviço para vários países latinos. O objetivo, agora, é começar a exportar nossas mudas, que já estão sendo procuradas por compradores da Turquia”, conta a sócia da empresa, Susana Siebeneichler

Agora, a NovaPlanta dá outro passo importante rumo ao seu reconhecimento internacional. A empresa foi uma entre as cinco selecionadas pelo Amazônia: Bioeconomy Connections, projeto que  facilita o estabelecimento de parcerias entre iniciativas  brasileiras voltadas para a bioeconomia no bioma amazônico e parceiros econômicos e técnico-científicos na Alemanha. Os fundadores da agritech estarão em Berlim em dezembro para conhecer possíveis investidores e parceiros comerciais. O projeto é da Embaixada do Brasil em Berlim e o escritório da ApexBrasil na região Norte, com sede em Belém (PA), assessorou a empresa para participar do edital.

“Em maio, a embaixada do Brasil em Berlim entrou em contato com o EA Bruxelas porque gostaria da colaboração da ApexBrasil na fase de desenvolvimento do edital Amazônia: Bioeconomy Connections e contribuição com possíveis stakeholders brasileiros. O escritório ApexBrasil Bruxelas indicou também o EA Norte que realizou reunião com a embaixada no dia 27 de maio e depois, dia 8 de julho, o edital foi lançado. Na ocasião do lançamento do núcleo do PEIEX Palmas dia 13 de julho tivemos conhecimento da história da NovaPlanta e sua trajetória com o programa PEIEX e a apresentamos o Amazônia: Bioeconomy Connection. É uma empresa que evidencia o forte potencial brasileiro de produção de soluções comprometidas com um desenvolvimento sustentável”, explica o representante do Escritório da ApexBrasil no Norte, Essio Lanfredi.

 

Tecnologia em Fertilizantes

Outro case bem-sucedido de empresa qualificada pela ApexBrasil é Krilltech, criada em 2014 a partir de um projeto de pesquisa da Universidade de Brasília, com o apoio da Embrapa. A startup desenvolveu um biofertilizante chamado Arbolina que em 2021 foi registrado pelo Ministério da Agricultura e, então, popularizou-se no Brasil.

“O produto atua de forma biodegradável, age como fertilizante, biofortificante e carregador de nutrientes, sendo responsável pelo aumento produtivo de diversas culturas. Até agora, o produto já foi aplicado em 30 mil hectares de áreas produtivas de 18 estados brasileiros em 23 diferentes culturas, como morango, cacau, tomate, alface e feijão”, destaca o CEO Diego Stone.

Ao conhecer os programas e projetos da ApexBrasil, a Krilltech decidiu voltar-se também para exportação. Em 2021, sua equipe concluiu o Programa de Qualificação para Exportação da ApexBrasil (PEIEX) e, desde então, participou de diversos outros projetos e eventos internacionais, como a GITEX Technology Week, em Dubai, da Next Rise, na Coréia do Sul, e do China High Tech Fair, em Xangai. Também receberam prêmios como o de melhor startupna Cross Incubation Program, na África do Sul, o de melhor pitch, no China Brazil Innovation Week, e o de melhor startup na categoria greentech, na Copa do Mundo de Startups, que também aconteceu na China.

Neste ano, a empresa foi selecionada para o StartOut Brasil, programa da ApexBrasil voltado para a internacionalização de startups que em novembro vai levar 15 empresas para participar de diversas atividades em Chicago, nos Estados Unidos.

“O nosso agronegócio é extremamente competitivo e forte globalmente não só pela produção de alimentos, mas também pela tecnologia que cada vez mais desenvolvemos em soluções para o setor. A gente tem um segmento de agritechs muito forte, de cases que trazem soluções pertinentes para os mercados. E a Krilltech é um desses exemplos, que traz uma inovação em sustentabilidade e produtividade”, explica a gerente de Competitividade da ApexBrasil, Clarissa Furtado.