A senadora Simone Tebet (MDB-MS) anunciou nesta quinta-feira, 28, que não é mais candidata do MDB à presidência do Senado, por decisão do partido, e que continuará na disputa de forma independente. O MDB negocia com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a possibilidade de entrar no grupo do adversário de Tebet, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A eleição está marcada para 1º de fevereiro.
“Hoje, na hora do almoço, eu recebi um telefonema oficial do líder da bancada, Eduardo Braga (AM), me liberando de qualquer compromisso, uma vez que estão em tratativas, ainda não encerradas, com o presidente Davi Alcolumbre sobre cargos e proporcionalidade do MDB numa possível composição“, disse Tebet, em entrevista coletiva. “Em função disso, não tenho outra coisa a fazer a não ser comunicar que deixo de ser candidata pelo MDB e passo a ser candidata independente”, continuou.
A candidatura da senadora estava ameaçada há alguns dias, com a falta de consenso no partido e o crescimento do apoio a Pacheco, apoiado por Alcolumbre e pelo presidente Jair Bolsonaro. Nesta quarta-feira, 27, Alcolumbre se reuniu com senadores do MDB para discutir o possível desembarque e teria oferecido a vice-presidência do Senado, caso Pacheco vença a eleição. A bancada emedebista também tem interesse na segunda secretaria da Mesa Diretora e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A senadora, no entanto, não estava disposta a desistir mais uma vez da candidatura, como fez na última eleição para a Mesa Diretora. Em 2019, Tebet também tentou concorrer à presidência do Senado com o apoio do partido, mas perdeu a disputa interna para Renan Calheiros (MDB-AL). Ele acabou sendo o escolhido da bancada, mas perdeu o pleito para Alcolumbre, que teve o apoio de Tebet. Naquele ano, a senadora não quis lançar candidatura independente e conseguiu a presidência da CCJ.