A Taurus, maior fabricante de armas brasileira, vive um “momento mágico”. Essa é a expressão utilizada pelo presidente da empresa, Salesio Nuhs, ao descrever os resultados do primeiro trimestre, apresentados hoje. Uma combinação de fatores, nos Estados Unidos e no Brasil, fez disparar as vendas da companhia, que produziu mais de 260 mil armas nos primeiros três meses do ano.
No Brasil, o faturamento aumentou 52%. O resultado foi puxado pela venda para os chamados CACs, colecionadores, atiradores e caçadores, que possuem uma licença especial do Exército. A demanda aumentou devido à liberação de compra de uma série de calibres, antes restritos, como o 9mm e o 357. “Temos uma grande variedade de produtos e, boa parte deles, não podíamos vender no Brasil”, afirma Nuhs.
A facilidade em receber a permissão para ter a posse de uma arma também está ajudando a companhia no mercado interno. Segundo Nuhs, a liberação da documentação, atualmente, se dá de maneira rápida. “As políticas dos governos anteriores eram de maior restrição à venda de armas”, diz o Executivo. “Hoje, se a pessoa cumpre os requisitos, vai receber a autorização de posse”.
O porte de armas segue proibido no Brasil, exceto para as forças de segurança. A posse é permitida, seguindo alguns requisitos, como não ter antecedentes criminais. Até meados do ano passado, cidadãos comuns só podiam comprar revólveres e pistolas de calibre 38. Por meio de um decreto, o presidente Jair Bolsonaro liberou mais de 50 calibres. Fuzis e armas semiautomáticas seguem restritos, mesmo dentro dos calibres liberados.