O Grupo Ser Educacional anunciou neste domingo, 13, a incorporação de todas as operações brasileiras da Laureate por valor estimado em 4 bilhões de reais. O valor inclui o pagamento em caixa de 1,7 bilhão de reais pela Ser, o recebimento de dívida líquida de 623 milhões de reais e entrega de 44% das ações da nova companhia à Laureate.
Com 50 campi universitários e atuação em sete estados, a Laureate tem cerca de 267 mil estudantes no Brasil. Entre os ativos da companhia estão as unidades do Centro Universitário FMU e da Universidade Anhembi Morumbi (UAM), em São Paulo.
A conclusão do negócio, que ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), fará da Ser a quarta maior empresa de ensino superior do país, com aproximadamente 450 mil alunos nas modalidades de ensino presencial e a distância.
O atual controlador e fundador do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz, continuará no comando da empresa, com direito a nomear a maioria dos membros do Conselho de Administração e executivos. Diniz, que hoje possui 57,36% das ações da Ser, passará a deter 32,1% da nova companhia, mas ainda se manterá como maior acionista individual e com direitos de acionista principal.
“O Grupo Ser Educacional, durante os seus 17 anos de trajetória, sempre buscou crescer de forma orgânica e por meio de aquisições. A negociação realizada, com a consequente incorporação da Laureate Brasil ao Grupo, traz benefícios para ambas as companhias e permitirá ao Grupo Ser dar um passo grandioso na consolidação do setor educacional brasileiro”, afirma o CEO do Grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz.
A nova Ser, que já é listada no Brasil, passará a ter suas ações negociadas nos Estados Unidos. Para atender aos padrões de governança estabelecidos pela lei Sarbanes-Oxley (SOX), a empresa irá criar comitês de integração e de auditoria.
A Laureate ainda pode aceitar, no prazo de 30 dias contados da data da celebração do contrato, propostas vinculantes superiores a efetivada pelo Grupo Ser Educacional apresentadas por terceiros interessados (“Go-Shop”). Se houver proposta superior nesse prazo, o Grupo Ser Educacional tem a preferência de igualar. Caso não queira, o Grupo Ser receberá R$ 180 milhões, a título de multa contratual.
Além da Ser Educacional, a Cruzeiro do Sul também havia demonstrado interesse pelos ativos da Laureate Brasil, mas a grande participação das duas empresas em São Paulo era visto como um empecilho para o negócio ser aprovado pelo Cade.
No ano, as ações da Ser Educacional acumulam queda de 46,70%, enquanto as ações de suas concorrentes Cogna (ex-Kroton) e Yduqs (ex-Estácio) têm respectivas perdas de 50,13% e 41,28%.
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