O Senado aprovou na quinta-feira, 3, o texto-base da Medida Provisória (MP) 996, que cria o programa habitacional Casa Verde e Amarela, substituto do Minha Casa Minha Vida, criado em 2009, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enviado pelo governo em agosto, o projeto agora está pronto para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O novo programa prevê financiamento para construção, aluguel e pequenas reformas de casas para famílias com renda de até 7.000 reais mensais, na área urbana, e 84.000 reais por ano, na área rural, com regras mais benéficas para as regiões Norte e Nordeste.
A meta do governo é construir mais 350.000 unidades habitacionais a partir do novo programa. Com as obras já em andamento pelo MCMV, a estimativa é que seja possível chegar a 1,6 milhão em quatro anos. A principal fonte de recursos dos financiamentos continua sendo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O Casa Verde e Amarela contempla três grupos, e não quatro faixas, como no MCMV. Para o primeiro, de famílias com renda de até 2.000 reais por mês, permite subsídio de imóveis e financiamento com taxa de juro que começa em 4,25% ao ano, no Norte e no Nordeste, e 4,5% ao ano nas demais regiões do país. No MCMV, a menor taxa é de 5%, para beneficiários com renda até 2.600 reais, sem considerar quem ganha até 1.800 reais, que tem condições especiais.
No segundo grupo, com renda entre 2.000 e 4.000 reais, as taxas dos financiamentos são a partir de 4,75% ao ano, no Nordeste e no Norte, e a partir de 5% ao ano nas demais regiões. Os incentivos maiores para o Norte e o Nordeste são uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de consolidar a popularidade nas regiões, tradicionais redutos petistas. Para o último grupo atendido, de 4.000 a 7.000 reais, as taxas começam em 7,66% ao ano, em todas as regiões.
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O programa também prevê que uma frente de regularização fundiária, em parceria com estados e prefeituras. O objetivo é regularizar 2 milhões de casas e fazer melhorias em 400.000 até 2024. Famílias com renda de até 5.000 reais e que moram em núcleos urbanos informais fora de áreas de risco serão beneficiadas.
Além disso, o programa atuará na reforma e na ampliação dos imóveis. A proposta inclui construção de telhado, quarto, banheiro, piso e instalações elétricas ou hidráulicas. O Casa Verde e Amarela também prevê instalação de equipamentos de aquecimento solar ou de eficiência energética. As obras serão bancadas pelo Fundo de Desenvolvimento Social (FDS).
O texto também prevê um modelo de parceria com a iniciativa privada para aproveitamento de imóveis da União para uso em políticas habitacionais. “Como é sabido, há inúmeros imóveis federais em áreas bem localizadas de diversas cidades que se encontram subaproveitados, quando não completamente abandonados”, disse o relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC).