É consenso que a saúde tem sido uma preocupação maior nos tempos atuais, considerando os riscos trazidos pelo Coronavírus para o homem. Também é consenso que para as empresas, essa doença fez grandes estragos nas finanças, drenando reservas de quem tinha ou sangrando aquelas que não tinham e, em muitos casos, levando à falência.
Mesmo que estejamos cheios de otimismo para a retomada econômica do nosso país, ainda é fundamental focar na saúde financeira do seu negócio, principalmente para aqueles que precisaram contrair empréstimos ou prorrogar pagamentos de fornecedores e impostos. Medidas que serviram como remédio no período mais crítico da crise, mas que agora vão exigir um esforço ainda maior para alcançar o equilíbrio financeiro.
Para que a saúde financeira da sua empresa não coloque em risco a sua saúde física e mental, é fundamental investir em planejamento e controle de orçamento. Esses dois itens devem andar lado a lado, inteiramente ligados. Tanto no planejamento, como no dia a dia da empresa, um lembrete é valioso: mais importante que a receita da empresa, é a forma como você gasta! Para esta questão, vamos aprofundar um pouco mais e ajudar você a enxergar onde pode melhorar a saúde financeira do seu negócio.
O planejamento deve considerar todas as áreas, desde aquelas de maior retorno financeiro, como as que demandam alto investimento, com custos mais altos e aquelas que estão com demanda em queda. As áreas menos estratégicas para o negócio devem receber o olhar mais severo do gestor quanto ao corte de gastos. Outros pontos que devem estar na mira são a folha de pagamentos (se tem excessos), o fluxo de caixa da empresa (que oxigena todas as atividades), e uma profunda análise do demonstrativo de resultados e balanço patrimonial (onde estão os ativos e os passivos da empresa).
Ao pensar em orçamento equilibrado, você deverá ter como regra que a soma dos compromissos a serem pagos seja igual ou menor que a receita prevista para o mesmo período. Esta conta deve ser monitorada com frequência para que sejam adotadas medidas de ajuste, caso as receitas não se confirmem.
Essas medidas podem ser desde renegociar vencimentos com fornecedores, rever investimentos, buscar recursos de terceiros (fuja de juros abusivos), pensar em inovação tecnológica com efeitos a curto prazo, tais como investir em sensores de presença para reduzir a conta de energia elétrica, automação de processos (que gere economicidade e aumento de produtividade), ou mesmo destinar mais recursos para o marketing atuar na ampliação da carteira de clientes e no aumento de vendas.
Ainda dando dicas sobre orçamento equilibrado, para as empresas que possuem débitos fiscais, vale aproveitar e renegociar as dívidas com o REFIS oferecido por municípios, estados e até pelo Governo Federal. Em geral, oferecem descontos em juros e multas, com a possibilidade de parcelamento, encaixando no planejamento orçamentário da empresa e não descapitalizando no momento crítico.
E mais, fica com o nome Em Palmas, por exemplo, o REFIS começa no próximo dia 16 e vai atender pessoas físicas e jurídicas que estejam em débito com o município.
Pensar em saúde financeira é complexo, pois envolve muitos fatores estratégicos da empresa e na vida pessoal. No entanto, não podemos deixar de enfrentar os reflexos de tudo isso em nosso próprio bem-estar, enquanto empreendedores, enquanto gestores e até enquanto funcionários.
Ao planejar e controlar suas receitas e despesas, você terá conhecimento para agir na hora certa e buscar as melhores alternativas para fortalecer a sua saúde financeira e da sua empresa.
Por isso que tenho dito: “saúde é tudo! A financeira então, faz toda a diferença na atual conjuntura.”
Rogério Ramos
Secretário de Governo e Finanças de Palmas, presidente do SEBRAE TO, vice presidente do CFA e Diretor da ABRASF.