O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou no sábado (12.dez.2020) requerimento junto à CCAI (Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência) para que seu colega Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) seja convidado a explicar o suposto envolvimento de órgãos de inteligência na tentativa de anular o processo do caso das “rachadinhas” no qual ele é investigado.
Eis a íntegra (352 KB).
O filho mais velho do presidente da República é suspeito de ter desviado salários de funcionários quando era deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
O requerimento cita reportagem da revista Época que revelou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), subordinada ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, teria encaminhado orientações por escrito a advogados de Flávio sobre como agir para tentar inocentá-lo no caso. A revista teve acesso aos documentos entregues a Flávio.
Randolfe diz que houve uma “evidente tentativa” do colega senador “de subverter os órgãos de inteligência e criar uma investigação paralela para buscar a impunidade”.
O líder da Rede no Senado também afirmou que há uma tentativa do Estado de interferir nas investigações.
“Vê-se, portanto, que há todo um aparato estatal mobilizado para auxiliar em uma verdadeira obstrução ao andamento e aplicação da justiça. Indagado pela reportagem, o GSI considera que o tema envolve, pasmem, a ‘segurança da família presidencial’ e não teria feito qualquer comentário oficial sobre o tema; já a Abin ainda seguiria no caso, auxiliando a defesa do Senador Flávio Bolsonaro”.
ABIN NEGA OBSTRUÇÃO
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) negou, na 6ª feira (11.dez.2020), que tenha produzido relatórios para ajudar Flávio Bolsonaro na investigação das “rachadinhas”. Disse que se tratam de “falsas narrativas”. Eis a íntegra (262 KB) do posicionamento.
Em outubro, outra reportagem da revista apontou que o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) recebeu as advogadas de Flávio Bolsonaro fora da agenda oficial. Na ocasião, o GSI confirmou a reunião, mas disse que o tema foi resolvido pela própria Receita Federal e que “não realizou qualquer ação decorrente”.
A advogada Luciana Pires, que defende o filho do presidente, confirmou a autenticidade dos documentos que Época teve acesso e sua procedência da Abin, mas recusou-se a comentar seu conteúdo.
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