O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira um alívio gradual das medidas de isolamento, apesar de uma nova onda de infecções por coronavírus que levou o país a ultrapassar a Itália e se tornar o quarto do mundo em números da Covid-19.
Em pronunciamento na televisão, Putin disse que a partir de terça-feira começará a suspender as restrições que obrigaram muitas pessoas a trabalharem em casa e empresas a fecharem temporariamente.
Ele anunciou novas medidas de apoio a empresas e famílias com crianças que tiveram seus meios de subsistência devastados. Ele disse que o desemprego dobrou para 1,4 milhão em um mês e que pretende impedir novos aumentos.
O líder russo enfatizou que a retirada das restrições será gradual e que regiões individuais do maior país do mundo precisariam adaptar as medidas às diferentes condições locais. Moscou, por exemplo, disse que manterá suas próprias determinações de isolamento até 31 de maio.
Eventos públicos em massa ainda estarão proibidos, disse Putin, e os russos com 65 anos ou mais receberam orientação para ficar em casa, mesmo com certos setores da economia, como construção e agricultura, podendo reiniciar o trabalho.
“Todas as medidas (relacionadas ao coronavírus) que tomamos nos permitem avançar para o próximo passo na luta contra a epidemia e iniciar uma retirada gradual das restrições de isolamento”, afirmou Putin.
Esse exercício precisará ser feito com cuidado e em total conformidade com os novos padrões mais altos de segurança, acrescentou.
“Não devemos permitir um colapso, uma reversão, uma nova onda da epidemia e um aumento de complicações sérias. Mais uma vez, não haverá suspensão rápida das restrições. Isso levará um tempo considerável”, disse.
Putin falou depois que o número de novos casos de coronavírus aumentou em uma cifra diária recorde de 11.656, totalizando 221.344. Somente Reino Unido, Espanha e Estados Unidos registraram mais casos.
O centro de resposta ao coronavírus do país também relatou 94 novas mortes, elevando o número total de mortes para 2.009. O número oficial de mortes permanece muito menor do que em vários países, algo que os críticos do Kremlin têm questionado.