Focados na eleição para a presidência da Câmara, seis partidos se uniram em um novo bloco parlamentar para atuar a partir de 2021 na Casa. DEM, PSL, MDB, PSDB, Cidadania e PV devem declarar apoio à candidatura do sucessor do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa que acontecerá em 1º de fevereiro. O grupo conta com 157 deputados.
As legendas também começaram a articulação para escolher o deputado que sairá como candidato pelo bloco, ainda em aberto. O nome deve ser definido até o final desta semana, de acordo com o líder do DEM, Efraim Filho (PB). A expectativa, segundo ele, é de agregar o apoio de outros partidos para conseguir a maioria acima de 257 deputados em fevereiro.
Mais cedo, nesta quarta, o deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou a própria candidatura. Líder do Centrão na Câmara, ele é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. O Centrão é formado por PL, PP, PSD, Solidariedade e Avante e conta com 135 deputados. Patriota e PSC se uniram à candidatura, e o deputado Eros Biondini (Pros-MG) também esteve ao lado de Lira. Com as oito legendas, o número de apoiadores sobe para 160 deputados.
Pouco antes de Lira anunciar a candidatura, Maia afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “vai jogar pesado” pela vitória do aliado. Segundo ele, o objetivo de Bolsonaro, ao apoiar o adversário, é ter um representante na Casa que paute projetos da agenda de costumes. O governo “está desesperado” pelo comando da Câmara, disse o presidente da Casa. E, para consegui-lo, “vai abrir mão de tudo que defendeu ao longo dos últimos anos”, acrescentou.
“O governo está desesperado para desorganizar de vez a agenda do meio ambiente no país. Está interessado em flexibilizar a venda e a entrega de armas neste país, entre outras agendas que desrespeitam a sociedade brasileira e as minorias”, disse Maia. “A gente sabe que o governo vai jogar pesado para eleger seu candidato. Vai rasgar seu próprio discurso para derrotar o atual presidente da Câmara e meu candidato”, afirmou.
Maia ainda não anunciou quem será o candidato do bloco que chama de “independente”, mas reforçou no Twitter, na noite desta quarta, que ele “terá compromisso com a agenda econômica e não com uma pauta armamentista, de costumes, de desrespeito ao meio ambiente, que dividirá a sociedade e atropelará as minorias”.