Prefeito Bruno Covas piora e estado de saúde é irreversível

O prefeito da cidade de São PauloBruno Covas, apresentou piora de seu estado de saúde, considerado “irreversível”, de acordo com boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês nesta sexta-feira (14).

Segundo o boletim, o prefeito “segue internado no Hospital Sírio-Libanês recebendo medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica. Neste momento, encontra-se no quarto acompanhado de seus familiares. Ele está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Prof. Dr. Raul Cutait e pelo Prof. Dr. Roberto Kalil Filho”.

O estado de saúde de Covas se agravou nos últimos dias. Ele foi transferido para uma unidade de terapia intensiva (UTI), no começo do mês, após ter um sangramento no estômago. Nesta sexta-feira, o quadro de saúde do prefeito piorou e evoluiu para um quadro irreversível.

Covas está internado no Sírio Libanês desde o dia 2 de maio, mesmo dia que pediu licença do cargo de prefeito. A internação ocorreu cinco dias após ter tido alta na mesma instituição, onde se submeteu à quimioterapia em conjunto com imunoterapia depois da descoberta de novos tumores no fígado e nos ossos ao fazer exames de rotina.

Na véspera da última alta, no dia 26 de março, o prefeito de São Paulo declarou que continuava a “luta pela vida” em um post que tinha como foco seu filho de 15 anos, Tomás.

Câncer

O prefeito descobriu o câncer durante uma investigação médica iniciada em 2019, após o surgimento de uma trombose. A doença já tinha sinais de avanço: havia um tumor no fígado, outro na cárdia (o ponto de ligação entre o esôfago e o estômago) e outro em gânglios linfáticos. O primeiro tratamento fez com que dois desses tumores desaparecessem. 

Em janeiro, o prefeito de SP já havia ficado dez dias afastado do cargo para dar continuidade ao tratamento do câncer diagnosticado em 2019. No lugar de Covas, o vice Ricardo Nunes (MDB) assumiu o cargo interinamente.

Em novembro de 2019, foi descoberto um tumor na cárdia (a área de transição entre o esôfago e o estômago), um no fígado e um em uma das glândulas linfáticas de Covas. Inicialmente, o prefeito foi submetido a três sessões de quimioterapia, e respondeu bem à medicação.

Exames feitos após esse primeiro ciclo de tratamento mostraram desaparecimento dos tumores na cárdia e no fígado, mas apontaram que uma das glândulas linfáticas ainda apresentava tamanho anormal para uma pessoa com as características do prefeito. Após uma biópsia feita em fevereiro de 2020, foi apontado que o prefeito continuava com câncer na região dos gânglios linfáticos mesmo após uma rodada de oito sessões de quimioterapia. Ainda no ano passado, Covas passou por  uma segunda fase de tratamento contra a doença, realizando um tratamento de imunoterapia. 

Ainda em fevereiro, após exames de rotina, foi detectado um novo nódulo no fígado do prefeito. Na ocasião, o oncologista Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, membro da equipe médica do Hospital Sírio-Libanês que tratava o prefeito de São Paulo, afirmou que a descoberta não mudava o prognóstico da doença. De acordo com o especialista, tratava-se de uma metástase que, embora não desejada, ocorre “com uma certa frequência” em casos como o de Covas.

Neste ano, entretanto, o tumor remanecente, do fígado, teve nova metástase e se espalhou por cinco pontos dentro do órgão. Os médicos ainda descobriram novos tumores nos ossos, razão pela qual o tratamento passou a usar tanto a quimioterapia quanto a imunoterapia, procedimento que pretende fortalecer o sistema de defesa do corpo do prefeito.

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